Em vídeos que circulam nas redes sociais, adolescente de 16 anos apontado como atirador aparece apanhando dos colegas dentro da sala de aula.
CANAL NBS O adolescente que praticou o ataque a uma escola estadual de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (23/10), registrou um boletim de ocorrência de ameaça e lesão corporal seis meses antes do atentado. Vídeo obtido pelo Metrópoles mostra agressão sofrida pelo jovem dentro da sala de aula (veja abaixo).
O ataque desta segunda-feira deixou uma aluna de 17 anos morta, além de outros três estudantes feridos. Um segundo suspeito, segundo a polícia, está foragido.
Ameaça e rotina de agressões
Segundo as investigações, o adolescente de 16 anos contou à mãe, em abril deste ano, que vinha recebendo ameaças on-line de pessoas que pareciam ser de “grupos rivais”. As ameaças eram feitas nas redes sociais.
Um boletim de ocorrência registrado pelo adolescente, em 24 de abril, menciona que o jovem foi agredido por “diversos alunos”, não identificados, da Escola Estadual de Sapopemba, a mesma onde ocorreu o ataque desta segunda-feira (vídeo acima).
O Metrópoles localizou dois registros, em vídeo, nos quais o adolescente é agredido. Um deles seria do caso registrado no BO. Já o outro ocorreu no bairro da Liberdade, na região central da capital paulista.
Segundo alunos da escola, o adolescente era alvo de bullying por ser homossexual. Esse teria sido o motivo para o ataque desta segunda-feira.
Grupos rivais
Em alguns vídeos postados no TikTok e Instagram, o adolescente aparece chorando após sofrer violência física. As redes sociais eram usadas por ele, seus seguidores, e um grupo rival para alimentar as desavenças entre os jovens.
De acordo com o registro da ocorrência, “a vítima [autor do ataque] tem muitas visualizações de tudo o que lhe acontece”. Além disso, segundo o BO, “as agressões sofridas pela vítima se generalizaram na internet e foi percebido que os agressores ganharam muitos seguidores”. Por fim, o estudante diz à polícia que “teme por sua integridade física e que as ameaças se espalhem”.
Segundo a família do adolescente, o Conselho Tutelar e a Diretoria de Ensino foram procurados na ocasião da denúncia. Procurada, a Secretaria de Estado da Educação não se manifestou. O espaço está aberto.
O ataque
Além da aluna de 17 anos morta, outros dois estudantes duas ficaram feridos nesta segunda-feira. Um quarto joveme se machucou ao cair enquanto tentava fugir.
“Começou com dois barulhos de bomba. Pessoal gritando, saindo correndo. Eu pensei: ‘Meu Deus, deve ter acontecido alguma coisa’”, disse um aluno ouvido pelo Metrópoles.
“Tentamos trancar a porta, mandamos todo mundo sair. Saímos correndo, batendo nas portas das salas de aula para todo mundo sair. Caí da escada e machuquei o joelho. Foi desesperador demais, fiquei em pânico”, contou o estudante.
Em nota, o governo de São Paulo lamentou o episódio e se solidarizou com as famílias das vítimas. “Neste momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares”, informou.
POR METRÓPOLES
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