No Dia Mundial de Conscientização da vacina Contra o HIV, médico analisa cenário futuro de uma vacina eficaz e sua implicação na pandemia de HIV/AIDS
CANAL NBS -
Odia 18 de maio é celebrado como Dia Mundial de Conscientização da Vacina contra o HIV. A data é comemorada desde 1998 e tem como cerne o compromisso mundial para encontrar uma vacina eficaz contra o vírus. Um esforço mundial está voltado à produção de um imunizante eficiente contra o HIV e várias pesquisas financiadas por fundos e grandes empresas estão sendo desenvolvidas em parcerias com universidades em oito países diferentes. O Brasil é um deles, com estudos e testes realizados pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Anualmente, cerca de 2 milhões de novo casos de infecções pelo vírus são registrados no mundo, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids). O desenvolvimento de uma vacina para o HIV percorre mais de duas décadas, as dificuldades são maiores em razão das peculiaridades que o vírus possui. Uma das características específicas é a capacidade que ele tem de se esconder do sistema imunológico após a infecção do organismo, diferente da maioria das outras doenças, o que impede a resposta imune necessária para erradicar o vírus.
Os primeiros testes do imunizante mostraram que ele tem capacidade de prevenir um contato natural com o vírus HIV de forma razoável. Os resultados primários dessa fase da pesquisa estão previstos para 2023 e caso o retorno seja positivo, a expectativa é que a vacina se torne tão importante quanto às demais asseguradas pelo Calendário Nacional de Vacinação.
Atualmente o Hospital Escola Dr. Helvio Auto, referência para atendimento e tratamento de doenças infectocontagiosas e parasitárias em Alagoas, acompanha ambulatorialmente mais de 3.000 pacientes com HIV/AIDS e a cada mês os números aumentam. O surgimento de uma vacina poderia modificar o quadro de novas infecções. Segundo o médico infectologista Fernando Maia, a vacina seria uma arma fantástica no controle da pandemia de HIV/AIDS em todo o mundo: “Hoje nós temos um tratamento muito eficaz para o controle da doença, mas que infelizmente não traz a cura. Então uma vacina que pudesse evitar que as pessoas de infectassem, principalmente pessoas que apresentam comportamento de risco, como profissionais do sexo, por exemplo, seria uma arma fantástica associada às demais ações que a gente pode tomar para uma prevenção ao HIV.”
Num futuro próximo, uma vez comprovada a efetividade da vacina, não se deve esquecer as medidas de prevenção. “Se as pessoas não forem orientadas corretamente, a vacina pode estimular a diminuição da utilização de métodos preventivos e abrir portas para outras infecções sexualmente transmissíveis. Quando a vacina contra o HIV for uma realidade no Brasil, precisaremos de políticas públicas para educar a população sobre a necessidade de se manter o uso de preservativos nas relações sexuais”, explicou o infectologista Fernando Maia.
O estímulo internacional em busca de uma vacina contra o HIV nunca chegou tão longe. No Brasil, a pesquisa está em fase de testes em humanos, com recrutamento de voluntários aberto até julho deste ano. Quanto à produção em larga escala, os centros de pesquisa e laboratórios brasileiros já demonstraram sua força e expertise na produção das vacinas contra a Covid-19 e outras doenças que já fazem parte do calendário vacinal brasileiro. Uma vez desenvolvido o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a produção e distribuição em território nacional é garantida.
onte: Assessoria
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