Dados do projeto UTIs Brasileiras, com 652 hospitais e 21 mil leitos, morte de intubados é desigual
@ NBS- Por Canal NBS
Dados do projeto UTIs brasileiras mostram que 29,7% dos pacientes morrem depois de ter covid nas UTIs de hospitais privados. A proporção de mortes é maior na rede pública: 52,9%. Isso é 23,2 pontos percentuais (ou 78%) mais do que nos particulares.
Os dados são de uma amostra de 652 hospitais (403 privados e 249 públicos) do projeto, que monitora 25% das UTIs brasileiras. As informações são compiladas pela Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) para servir de benchmark a gestores de saúde.
No caso dos intubados, são 72,4% as mortes na rede pública e 63,6% as que ocorrem nas particulares. Portanto há 8,8 pontos percentuais mais mortes desses pacientes em situação mais grave nos hospitais analisados.
As internações também são mais demoradas na rede pública do que na particular. Ficam internados durante mais de 7 dias 54,2% os pacientes nas unidades de saúde dos governos. Nos hospitais privados, são 48,6%.
As unidades de saúde monitoradas pelo projeto estão em situação melhor que a média do
Brasil. Isso explica a proporção de intubados que morreram nesses hospitais ser inferior aos mais de 80% que morreram em todo o Brasil, conforme o Poder360 mostrou em 26 de março.
Mesmo em se tratando de hospitais com melhores condições de trabalho, os novos dados permitem jogar luz às diferenças entre a rede privada de saúde e a rede pública. Os pacientes de hospitais públicos tiveram 78% mais mortes ao serem internados em UTI.
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