Outros nomes têm alta rejeição mas custo à carreira dele é alto ainda poderá ter força em 2026.
CANAL NBS - Por Poder 360
Se fosse o apresentador de TV e empresário Luciano Huck, você concorreria à eleição presidencial de 2022? A pergunta parte da condição de que ser presidente lhe é atraente, apesar de toda parte desagradável.
Huck é estrategicamente reticente sobre a ideia há muito tempo. Parece querer deixar sempre uma caneta aberta. Então para que deixar passar a próxima? Estes 3 fatores fazem com que ele tenha chance de vencer:
potencial de crescimento – ele teve só 4% de intenção de voto na pesquisa do PoderData feita de 10 a 12 de maio. Tinha 9% em dezembro. Mas há boas razões para acreditar que poderia crescer de forma consistente caso entrasse de fato no modo pré-campanha. Ele é visto como um liberal com disposição para bancar programas sociais de peso. Mas não basta. É preciso estar mergulhado na tarefa de mostrar e discutir isso;
aceitação por opostos – a principal vantagem de Huck é que ele seria uma opção de pessoas que declaram intenção de voto em Lula ou Bolsonaro no 1º turno. É assim porque não é visto como inimigo pelos 2 grupos. No 2º turno, Huck tem 48% de intenções de votos na simulação contra Bolsonaro, que fica com 35%. De todos os nomes avaliados, só há mais um outro que derrota o atual presidente: Lula. No levantamento de março, Huck tinha 40% e Bolsonaro, 37%. A sua preferência no 2º turno cresceu muito. Não é difícil que algumas das pessoas que dizem preferir outros candidatos no 1º turno, incluindo os mais fortes, possam aderir a ele.
ambiente instável – momentos de instabilidade política e econômica favorecem outsiders. Foi assim que venceram Fernando Collor, em 1989, e Bolsonaro, em 2018. A situação atual, com a pandemia, não é exatamente isso. Mas tampouco é um quadro de governo forte e popular.
Mas há também razões para Huck não sair agora.
custo econômico – esse é o maior problema. Ele perderia dinheiro se largasse a carreira artística e empresarial agora. Há estimativas que o patrimônio dele seja em torno de R$ 800 milhões. Para a maior parte das pessoas uma fração disso é suficiente para ser rico. Mas para outras é só o suficiente para um iate e um apartamento em Nova York. Huck e sua família podem não querer nada disso mas desejar outras coisas. Alguns anos a mais na atual carreira podem fazer muita diferença para o patrimônio.
Bolsonaro fora em 2026 – se as regras continuarem como hoje, o atual presidente só poderá concorrer a mais um mandato. Em sua sucessão poderá apoiar um candidato menos popular do que ele, o que diminuiria a concorrência para Huck.
Resistência da imagem – ter uma candidatura presidencial garantida é o sonho de qualquer político. Se perder, será lembrado na eleição seguinte e partir de um patamar maior. Ou conseguir outro cargo eletivo. Huck não precisa de nada disso.
Juventude – Huck vai fazer 50 anos em setembro. Poderia continuar na atual carreira por décadas. Se sair agora, muito dificilmente voltará a essa carreira mais tarde. Pelo menos nas mesmas condições. A juventude também significa que poderá ter espaço para entrar na política mais tarde. Outro convite para o adiamento. Em 2032 terá 58 anos.
As razões desfavoráveis para Huck se candidatar em 2022, portanto, superam as favoráveis. Não é impossível que ele, apesar disso, decida se lançar. Mas é improvável.
O crescimento dos outros prováveis concorrentes, exceto o ex-presidente e o atual, parece também difícil de se concretizar. São nomes já bem conhecidos do público. E desagradam lulistas e bolsonaristas. Alguns desagradam os 2 grupos.
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