Confira os pregões do Ministério da Saúde que adquiriram o medicamento por 48 centavos:
CANAL NBS
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar as compras superfaturadas de citrato de sildenafila — conhecido popularmente como Viagra — pelas Forças Armadas. Na última quinta-feira (28), o parlamentar apontou a compra de 11,2 milhões de comprimidos no período de 2019 a 2022.
Nas compras realizadas, cada comprimido custou entre R$ 2,91 e R$ 3,14. O deputado apontou dois pregões realizados pelo Departamento de Logística do Ministério da Saúde para a aquisição do mesmo medicamento e dosagem, com o valor unitário de R$ 0,48.
A diferença de preços em comparação com as compras realizadas pela Marinha chega a 550%.
Ao todo, os empenhos da Marina com o laboratório EMS S/A podem chegar a R$ 33,5 milhões. Se as compras fossem baseadas no valor usualmente pago pelo Ministério da Saúde, os 11 milhões de comprimidos custariam aos cofres públicos cerca R$ 5,3 milhões.
“O prejuízo à União pode passar de R$28 milhões. É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso. Essa situação precisa ser investigada”, afirma o deputado.
Elias Vaz já havia acionado o TCU para investigar a compra de 35 mil comprimidos de Viagra para atender Marinha, Exército e Aeronáutica, suspeita de até 143% de superfaturamento; e de 60 próteses penianas, no valor de R$ 3,5 milhões, para unidades ligadas ao Exército.
O citrato de sildenafila é comumente utilizado para tratar a disfunção erétil. No começo das denúncias de compra irregular, as Forças Armadas afirmaram que o medicamento era utilizado para tratar a hipertensão arterial pulmonar. No entanto, a doença é rara e se manifesta, principalmente, em mulheres entre 20 e 40 anos.
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