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SP atingem pico de mortes no trânsito em 6 anos; 40% estavam de moto

Foram 214 mortes no 1º trimestre deste ano, número 8,6% maior do que igual período de 2022; 4 em cada 10 vítimas estavam em uma moto

CANAL NBS


A capital paulista registrou 214 mortes provocadas pelo trânsito no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 8,6% em relação a igual período de 2022 (197).


Trata-se do maior número de mortos para os primeiros três meses de um ano desde 2017 (224). Quatro em cada dez vítimas estava sobre uma moto, pilotando ou na garupa.

Foram consideradas até mesmo as mortes ocorridas mais de 30 dias após o acidente — quando a vítima é socorrida e acaba morrendo no hospital mais de um mês depois, por exemplo.


Portanto, os números finais podem ser ainda maiores, se analisados futuramente. Os dados foram coletados no sistema Infosiga SP, do governo estadual.


O crescimento se dá em um momento em que a Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB), abriu mão da meta de reduzir para 4,5 o número de mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes da cidade —em 2021, o índice foi de 6,4 e, em 2022, 6,9.



Mortos no trânsito de São Paulo (1º trimestre)

  • 2015 – 281

  • 2016 – 246

  • 2017 – 224

  • 2018 – 198

  • 2019 – 207

  • 2020 – 198

  • 2021 – 203

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Mortes de pilotos ou garupas em motos (1º trimestre)

  • 2015 – 84

  • 2016 – 82

  • 2017 – 67

  • 2018 – 75

  • 2019 – 71

  • 2020 – 78

  • 2021 – 76

  • 2022 – 85

  • 2023 – 85

Dia mais trágico

Domingo foi o dia da semana com o maior número de mortos em acidentes de trânsito nos primeiros três meses do ano. O Infosiga registrou 45 mortes (21% do total), seguido pelo sábado e pela sexta-feira (ambos com 35 mortos, ou 16% do total). Dessa maneira, o fim de semana é o período mais propício a acidentes fatais na cidade de São Paulo.

Com relação aos períodos do dia, foi durante a noite, das 18h às 23h59, que aconteceram 30% das mortes no trânsito. As demais são distribuídas quase que por igual ao longo do dia. Chama a atenção o fato de a madrugada, quando há menos pessoas em circulação, ter praticamente o mesmo número de mortos que de manhã e à tarde. Da meia-noite às 5h59 é também o período do dia em que, com as ruas livres, mais pessoas se arriscam em altas velocidades.

Para o professor de medicina do trânsito da Unifesp Flávio Adura, o aumento no número de mortos no trânsito é para se lamentar.


“A gente vinha observando um decréscimo, imaginando uma redução importante, como está ocorrendo no mundo desenvolvido. Esse dado é preocupante”, diz o especialista.

Adura cita os motociclistas como muito relevantes no dia a dia dos moradores de uma cidade como São Paulo, o que ficou evidente durante a pandemia. Mas, por outro lado, o professor também diz que a alta velocidade, ultrapassagens perigosas e atenção desviada pelo aplicativo no celular são alguns dos fatores que aumentam e muito o risco para quem está sob uma motocicleta.

“Pela vulnerabilidade da moto, eles têm que ter uma proteção maior. Eles usam capacete e viseira porque é obrigatório, mas não outros dispositivos, como macacões, botas e luvas, vestimentas acolchoadas que poderiam reduzir a mortalidade”, explica.


Adura cita a expansão da Faixa Azul (espaço segregado para motos nas avenidas) como uma boa iniciativa da Prefeitura da capital para tentar reduzir a mortalidade no trânsito paulistano.


Prefeitura diz que mantém objetivo de tornar trânsito seguro

A Secretaria de Mobilidade e Trânsito da Prefeitura de São Paulo diz que a alteração da Meta 39 não invalida o Plano de Segurança Viária do Município de São Paulo (Decreto Municipal n° 58.717/2019). “Ou seja, a Prefeitura permanece com o objetivo de tornar São Paulo em uma das cidades com o trânsito mais seguro do mundo”, afirma, em nota.

Segundo a prefeitura, a mudança reflete o conjunto de ações possíveis de serem concluídas até 2024, objetivando a redução dos indicadores de mortalidade no trânsito em médio e longo prazo. A administração municipal também cita a Faixa Azul como projeto-piloto para a redução dos acidentes e mortes de motociclistas. Reafirma que serão implantados 200 quilômetros de novas faixas azuis na cidade.

A prefeitura também diz que ampliará os boxes de espera para motocicletas antes da travessia de cruzamentos semaforizados A administração municipal também diz que a cidade tem a maior malha cicloviária do Brasil, com 699,2 km, e que até o fim de 2024 serão mais 300 km.



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