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Se a escalada de violência não for detida, as eleições serão de sangue

E a campanha, oficialmente, sequer começou

CANAL NBS Quem tem a força para matar, intimidar ou impor sua vontade? Não é a oposição ao governo em nenhum dos seus matizes ideológicos. É o Estado que detém o monopólio da violência. E quando seu chefe instiga todos a se armarem, prega o ódio contra adversários, diz que luta contra o mal, ele é o culpado por tudo que possa acontecer. Outra leitura não seria realista.

Não há registro de organizações armadas no Brasil desejosas de tomar o poder. Há, sim, de milícias no Rio de Janeiro e estreitamente ligadas ao presidente da República e aos seus filhos.


Episódios de violência contra o PT têm ocorrido nos últimos dias. Na quinta-feira (7), um evento com apoiadores de Lula na Cinelândia, no centro do Rio, foi alvo de um artefato explosivo. Semanas antes, apoiadores do ex-presidente foram atingidos com um líquido malcheiroso carregado por um drone em um ato com a presença de Lula em Uberlândia, Minas Gerais.


A Polícia Federal, que investiga quem disparou um tiro na janela da redação da Folha de S. Paulo na capital paulista, decidiu reforçar a segurança de Lula que agora usa colete à prova de bala.


É por isso que a imprensa internacional, ao noticiar o assassinato em Foz do Iguaçu, no Paraná, de um dirigente local do PT, valeu-se de títulos como estes: “Dirigente de partido no Brasil é morto a tiros em meio a escalada da violência política pré-eleitoral”, na Reuters;


“Partido de Lula denuncia assassinato de um de seus ativistas”, no jornal francês Le Figaro;


“Apoiador de Bolsonaro assassina um apoiador de Lula em Foz do Iguaçu”, no jornal argentino La Nación;


“Assassinado a tiros um dirigente do PT, pelas mãos de um bolsonarista”, no jornal espanhol El País.


Jorge José da Rocha Guaranho, o assassino, é um policial penal federal bolsonarista. Ele invadiu a festa de aniversário do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda.


Primeiro ele passou de carro em frente ao salão de festas e gritou: “Aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”. Depois voltou e atirou em Arruda, na perna e no peito. Arruda atirou nele, mas só o feriu. Guaranho está internado em um hospital. Nas redes sociais, ele se define como conservador e cristão, defende Bolsonaro e diz-se contra o aborto e a favor de armas.

Em junho do ano passado, postou uma foto sua ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). No dia 30 de abril, escreveu: “Vamos fortalecer a direita”.

Sua última postagem antes do crime é um retuíte de uma publicação do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares Sérgio Camargo, dizendo:

“Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder. A responsabilidade é de cada um de nós”. No sábado (9), devotos de Bolsonaro concentraram-se em Brasília para defender o armamento da população. “Não é por armas, é por liberdade”, gritavam.


Se a escalada da violência política não foi detida, as eleições de outubro serão de sangue. POR METRÓPOLES


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