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Rir faz bem e fazer rir também! Saiba por que você pode e deve contar piadas

Uma piada é uma história que contamos para provocar o riso de quem está por perto

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Uma piada é uma história que contamos para provocar o riso de quem está por perto. Porém, seus benefícios vão muito além de fazer abrir o sorriso do outro: quem compartilha narrativas engraçadas aumenta o próprio bem-estar físico, mental e social. Quer saber mais? Veja a seguir:

Exercitar o cérebro

Para se compreender uma piada, várias partes do cérebro são acionadas – em especial, a região frontal. Essa área é responsável pela interpretação do que é enviado pelos nossos sentidos e foi a que, em nossa evolução, se desenvolveu mais recentemente. O ser humano é o único animal capaz de rir. “Entender uma piada é um exercício, uma forma de fazer com que o cérebro esteja em atividade”, explica Ricardo Teixeira, neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília (ICB).

Cuidar do corpo

A frase “rir é o melhor remédio” tem fundamento. A risada é capaz de diminuir a pressão arterial. E mais: olhar a vida com humor pode reduzir o nível de cortisol, hormônio relacionado ao estresse. Por isso, rir também pode prevenir doenças cardiovasculares. “Quando a mente está em paz, esse estado repercute no corpo”, comenta Ricardo. Por fim, o sistema imunológico é beneficiado, pois há um aumento da produção de células relacionadas aos anticorpos.

Viver com mais leveza

Já notou que nos sentimos mais relaxados após uma boa gargalhada? Além de diminuir o estresse, rir de uma piada libera dopamina e endorfina, hormônios responsáveis pelo prazer e felicidade. Por isso, o humor ajuda a garantir o bem-estar – e pode até auxiliar na prevenção de doenças psiquiátricas, como a depressão e a ansiedade. “Tudo isso também tem um impacto em como encaramos a vida, contribuindo para um maior otimismo e positividade no dia a dia”, completa a psicóloga Martha Quintero

Ser autoconfiante

“A comédia foi a forma que encontrei de existir no mundo, porque eu era invisível. Então, reivindiquei esse espaço do humor. As pessoas podiam rir de mim, mas iam rir comigo”, conta Bruna Braga, humorista, roteirista e comunicadora. Fazer piada de si mesmo ou de uma situação, por exemplo, é entender que algo difícil pode acontecer, mas isso não define quem você é. O humor contribui para uma visão positiva de nós mesmos, ajudando a encarar a realidade por outro prisma.

Aproximar pessoas

A relação com o outro também pode ser beneficiada pela piada. A dedicação para fazer alguém rir é uma forma de dizer que aquela pessoa é importante. “O humor positivo, aquele que não ofende e nem machuca, ajuda nos processos de socialização e faz com que as pessoas estejam mais dispostas a se relacionar”, diz Martha. Na escola, há pesquisas que mostram: se professores utilizarem o humor na sala de aula, o engajamento dos alunos melhora e é estabelecido um vínculo entre aluno e professor.

Mostrar-se mais

Contar uma piada também é contar um pouco sobre si mesmo. “É como uma roupa que você veste”, comenta Bruna Braga. Dentro de uma história para fazer rir, a pessoa pode transmitir sua trajetória de vida – suas referências, vivências, experiências, aprendizados e interesses. Não é à toa que, em muitos shows de stand up, por exemplo, os comediantes contam anedotas sobre sua família, sua criação ou seu dia a dia. “Existem várias camadas dentro de uma piada. É um jeito leve de enxergar as coisas e de se expressar”, completa a humorista.

Gerar uma reflexão

“Toda piada, até o mais simples trocadilho, passa uma mensagem”, afirma Elias Saliba, professor da FFLCH-USP e pesquisador da História Cultural do Humor. Produzir uma risada através de uma piada depende de um estímulo, capaz de nos tocar de alguma maneira. Às vezes, esse estímulo vem de uma crítica, um apontamento ou um jeito de viver algo. “É um espelho da sociedade”, completa. Ou seja, a piada em si já é um posicionamento – não há como separar uma coisa da outra.

Conhecer costumes

“A trivialidade ou banalidade do humor é a porta de entrada para a cultura de um povo”, diz Elias. Segundo o professor e pesquisador, aquilo que as pessoas acham engraçado mostra o que há de mais profundo nelas. Quando se atinge esse ponto, é possível perceber paixões, sentimentos e costumes capazes de revelar muito sobre aquelas pessoas – sem contar o contexto, a história e os valores de uma comunidade. Por isso, a piada e o humor em geral variam de acordo com cada cultura.

Fontes: Bruna Braga, humorista, roteirista e comunicadora; Elias Saliba, professor da FFLCH-USP; Martha Quintero, especialista em psicologia clínica e autoeficácia pessoal e mestre em neurociências e comportamento; e Ricardo Afonso Teixeira, diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília (ICB)

Texto: Laura Guerra Ilustração: Gustavo Pedrosa Conteúdo publicado originalmente na Sorria #84, em abril de 2022.



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