Moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil deverá começar com títulos públicos até formar ponte com finanças descentralizadas (DeFi)
CANAL NBS
O Real Digital, moeda digital emitida pelo Banco Central, CBDC na sigla em inglês, deverá ser lançado em 2023 em uma versão piloto que deverá durar 18 meses, período previsto para a fase de testes, até ser lançado oficialmente, entre o final de 2024 e começo de 2025. Foi o que afirmou na última quarta-feira, 16, o coordenador do projeto Fabio Araujo durante o "Encontro Lift [Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas]: Real Digital", evento organizado pelo Banco Central (BC) e a Associação de Servidores do Banco Central (Fenasbac), conforme informações do jornal O Estado de São Paulo. Na ocasião, o diretor de diretor de Regulamentação do BC, Otávio Damaso, disse que a CBDC brasileira funcionará como um elo entre o sistema financeiro atual e o dos próximos anos, com a presença maior das finanças descentralizadas (DeFi). PUBLICIDADE - (Mynt/Divulgação) Fabio Araujo disse que os pilotos do Real Digital devem começar com a liquidação de títulos públicos, dentro do ecossistema da CBDC e no âmbito de tratativas com outros bancos centrais, que permitirá, segundo ele, que a instituição tenha uma visibilidade melhor do funcionamento e do que realmente representará a moeda, ao longo de um ano e meio de testes. “Se tiver com tudo azeitado, o que é muito difícil, no fim de 2024 ou início de 2025 seria lançado. É muito difícil esse cronograma”, explicou. Por sua vez, Otávio Damaso acrescentou que o Real Digital é parte de um novo sistema financeiro, em construção, que inclui ainda a tokenização de ativos, que é a última etapa deste processo. Ele também elencou a redução de custos, transparência e a possibilidade de extração de valores dos ativos como vantagens da utilização da CBDC. "O Importante para o BC é que todo desenvolvimento e que o produto final tenha integridade, que é o que vai dar credibilidade e vai trazer crescimento perene. No sistema financeiro, é preciso ter credibilidade e confiança, se não o produto provavelmente vai sumir. Buscamos incorporação de tecnologias, mas de forma íntegra e perene para o Sistema Financeiro Nacional”, disse Damaso acrescentando que o sistema financeiro do futuro será um meio termo entre as finanças centralizadas e descentralizadas. O Real Digital integra as prioridades do BC para 2023, que inclui ainda o débito automárico por meio do Pix.
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