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Queda do PIB brasileiro no 1º tri é menos intensa que de outros países


POR NICOLA PAMPLONA E EDUARDO CUCOLO - © Shutterstock


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A economia brasileira teve um recuo de 1,5% no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (29). A retração é menos intensa do que a de países europeus, como Alemanha, França, Itália e Portugal, e fica abaixo também da China, que teve o maior recuo até agora, de 9,8%.

O três primeiros meses do ano foram marcados pelo início de medidas de distanciamento social em grande parte do mundo, com o objetivo de conter a propagação do novo coronavírus. No Brasil, as medidas foram adotadas a partir da última quinzena do trimestre. Antes disso, o impacto da pandemia em outros países já trazia reflexos sobre a economia brasileira.

Entre as principais economias mundiais, a China foi a que registrou a maior queda no PIB trimestral, de 9,8%. O país asiático foi o primeiro foco do novo coronavírus.

Na Zona do Euro, segundo foco da crise internacional, houve retração de 3,3%. Até mesmo a Suécia, país que não adotou o isolamento, viu o PIB encolher no período (-0,3%).

Países nos quais a circulação do vírus começou mais tarde, como o Brasil, foram menos atingidos economicamente. Nos EUA, o PIB recuou 1,2% no trimestre.

Segundo dados compilados pela OCDE, entre as 50 economias mais relevantes, apenas duas registraram crescimento no trimestre. A Finlândia cresceu apenas 0,1%. O Chile avançou 3% no período, mas seu resultado se deve à base de comparação, pois a economia chilena teve o pior desempenho para o quarto trimestre de 2019 entre os países selecionados.

O PIB é uma medida da produção de bens e serviços do país em um determinado período, e o seu aumento é utilizado como sinônimo de crescimento da economia.

O Brasil vem de um período de três anos de fraco crescimento econômico. A expectativa dos analistas é que, no segundo trimestre deste ano, marcado por dois meses quase completos de isolamento social na maior parte do país, a economia apresente retração ainda maior.

Isso porque, nos primeiros três meses do ano, apenas a segunda quinzena de março foi afetada pelo distanciamento social. O período anterior foi mais impactado pela paralisação de outros países e a consequente quebra no fornecimento de produtos pelos parceiros comerciais.

De acordo com análise publicada pelo economista Marcel Balassiano, da área de Economia Aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), 82% dos países acompanhados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) devem apresentar desempenho melhor da economia do que o Brasil no biênio 2020/2021.


Segundo a Economist Intelligence Unit, o Brasil deve ser a economia mais afetada pela Covid-19 em uma amostra de 19 países, quando se compara a previsão para o PIB em 2020 antes e depois da pandemia.

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