A dupla perdeu parte do público do início da carreira e pouco conquistou em termos de novos fãs
REDAÇÃO NBS
Em 1995, quando do lançamento do projeto AMIGOS — que gerou uma série de shows, lançamentos musicais e programa na TV Globo –, Zezé Di Camargo e Luciano era a mais badalada e popular das três duplas. Leandro e Leonardo e Chitãozinho e Xororó também faziam enorme sucesso, mas hits como “É o Amor”, “Faz Mais Uma Vez Comigo”, “Vem Cuidar de Mim” e “Menina Veneno”, entre tantos outros gravados pelos “Filhos de Francisco”, dominavam as paradas das rádios naqueles tempos pré-música digital.
No último sábado à noite, durante o programa “Altas Horas”, da Globo, os agora cinco AMIGOS (Leandro morreu em 1998) falaram sobre a retomada do projeto que tanto sucesso fez nos anos 1990, cuja tour está prevista para terminar em 17 de dezembro no Allianz Arena, em São Paulo. Luciano, na ocasião, conclamou os fãs das duplas e os que apreciam música sertaneja a fazer uma campanha nas redes sociais pedindo uma extensão da turnê para 2024. “Por mim, essa tour não acabaria nunca”, disse ele, diante do olhar pouco aprovador de Xororó, interessado talvez em outros desafios para o que vem.
A verdade é que, se pararmos pra analisar, Zezé e Luciano hoje são os nomes menos importantes no projeto. Chitão e Xororó mantem-se em alta, por conta de acertos na carreira, como a gravação de um audiovisual no Radio City Music Hall, em Nova York, o show especial “Clássicos” ao lado de Bruno e Marrone (que potencializa o trabalho de ambas as duplas), a parceria com a Globo em série e documentário, a descoberta do clássico “Evidências” pelo público jovem etc.
O mesmo pode-se dizer de Leonardo. Ele acertou em cheio ao lançar o projeto “Cabaré” há dez anos, cantando clássicos sertanejos (na época, ao lado de Eduardo Costa; hoje, com Bruno e Marrone) e depois passou a ser o nome sertanejo de sua faixa etária mais seguido e assistido nas redes sociais, graças a seu humor autêntico e carisma — além de estar numa família de fenômenos nas redes, como os filhos João Guilherme e Zé Felipe e a nora Virgínia Fonseca. Isso garante a Leonardo milhões de admiradores entre jovens que nem haviam nascido quando o projeto AMIGOS foi lançado.
Com Zezé e Luciano ocorre o inverso. A dupla perdeu parte do público do início da carreira e pouco conquistou em termos de novos fãs. Anos atrás, Zezé teve problemas com a voz — amenizados mas ainda presentes quando ele impõe seu agudo — e por este motivo passou a se apresentar com menos frequência. Mais recentemente, afastou-se do irmão por um período para gravar um álbum solo (“Rústico”). Luciano, por sua vez, enveredou por outro caminho, totalmente diferente, ao gravar um disco gospel. Por tudo isso, Zezé e Luciano hoje em dia levam menos público a seus shows do que os outros AMIGOS. Nesse sentido, a extensão da tour por mais um tempo, como sugere Luciano, pode ser uma saída para turbinar a carreira da dupla com o irmão, já que as apresentações no mesmo palco de Chitão e Xororó e Leonardo são garantia de arenas lotadas, público vibrando e ótimas receitas.
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