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PRF desobedece TSE e faz mais de 510 ações contra ônibus de eleitores

Segundo números internos da PRF aos quais a Folha teve acesso, o órgão já tinha realizado 514 ações de fiscalização contra ônibus até as 12h35.

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FOLHAPRESS) A Polícia Rodoviária Federal descumpriu ao longo deste domingo (30) de eleição uma decisão do ministro Alexandre de Moraes e tem feito abordagens em transportes públicos.

Segundo números internos da PRF aos quais a Folha teve acesso, o órgão já tinha realizado 514 ações de fiscalização contra ônibus até as 12h35.

O número de abordagens no segundo turno já é 70% maior do que o que foi registrado na primeira etapa do pleito, no dia 2 de outubro —não é possível estimar se essas abordagens ocorrem antes ou depois da votação desses passageiros.

Dados da Polícia Rodoviária Federal obtidos pela Folha mostram que houve ao menos 82 abordagens somente a ônibus em Alagoas neste domingo (30).

Documentos aos quais a reportagem teve acesso mostram ainda que a PRF do Paraná orientou no dia 27 de outubro que o foco do trabalho do órgão deveria ser em veículos que transportam passageiros.

"A fiscalização deverá ser focada nos veículos transportadores de passageiros, com o intuito de prevenir acidentes de trânsito nesse período que há um incremento de movimentação de passageiros, e de verificar possíveis crimes eleitorais, especialmente transporte irregular de passageiros ou dinheiro", diz o documento.

Outro documento, também da PRF paranaense, há uma recomendação para que, em caso de não haver ônibus, o foco deve passar a ser vans e demais veículos que transportem passageiros.

No documento, a PRF do Paraná faz um arrazoado sobre as eleições no Brasil que, segundo a corporação, foram realizadas pela primeira vez em 1532 com o objetivo de escolher o Conselho Administrativo da vila de São Vicente.


"Após a formação de vários modelos políticos que não permitiam aos cidadãos escolher os seus representantes pelo voto direto, um movimento popular conhecido como Diretas Já, potencializou o desejo do povo brasileiro em exercer a sua soberania pela escolha dos seus representantes", diz o documento.

Além do breve histórico sobre a democracia e eleições, a PRF cita a atual polarização no país para justificar o reforço do efetivo e o foco nas ações contra o transporte de passageiros.

"Nesse contexto a PRF realizará ações sistemáticas em todo território nacional, juntamente com outros órgãos de Segurança Pública, visando a segurança do direito ao voto, a fluidez no trânsito das rodovias federais e o combate aos mais diversos crimes, incluindo os tipificados como eleitorais", diz trecho do documento.

O PT protocolou no Tribunal Superior Eleitoral um pedido para impedir que a PRF atuasse para favorecer o presidente Jair Bolsonaro (PL) por meio da abordagem de veículos de transporte de passageiros.

Segundo a representação, a atuação poderia dificultar o deslocamento de eleitores de Lula (PT).



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