O aplicativo foi criado como resposta a ataques nas escolas
CANAL NBS
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), participou nesta quarta-feira (19) do lançamento do aplicativo AlertaSP, criado como resposta a ataques nas escolas, e disse que a maior prevenção contra a crise de saúde mental entre estudantes deve ser baseada em abraços, carinho e atenção da comunidade escolar.
Nunes e secretários municipais ressaltaram que, apesar de disponibilizarem a ferramenta para toda a rede de ensino da cidade, a expectativa é que o botão de alerta não tenha de ser usado, afinal o desejo é que não ocorra nenhum tipo de ataque. A gestão municipal aposta, como política de prevenção contra a violência, no aumento das equipes de psicólogos e pedagogos treinados para identificar casos problemáticos.
Durante o evento de lançamento do AlertaSP na escola municipal Major Silvio Fleming, da Vila Prudente, na zona leste, o prefeito pediu que todos no palco e na plateia abraçassem as pessoas ao lado. Depois do "abraçaço", ele cobrou a atenção dos alunos do grêmio estudantil da escola para o acolhimento de colegas que se demonstrarem isolados do convívio.
"Não tem remédio mais forte [para questões de saúde mental] do que o carinho e o abraço", disse Nunes. "É com esse ambiente de fraternidade e amor que vamos evitar muitos problemas na nossa cidade."
O botão de alerta estará disponível para cerca de 4.000 escolas municipais de São Paulo a partir desta quinta-feira (20). A SME (Secretaria Municipal de Educação) também tem feito contato com as redes de ensino particular e estadual da cidade para oferecer o aplicativo.
Nas particulares e estaduais, a ferramenta deve demorar mais tempo para ser ativada. Sindicatos das escolas privadas e o governo estadual devem enviar à prefeitura a lista de instituições interessadas, para que os dados da escola sejam cadastrados no aplicativo.
Quando é acionado, o botão virtual alerta a GCM (Guarda Civil Metropolitana) sobre uma emergência e direciona a equipe mais próxima ao local. Um usuário pode cadastrar mais de uma escola onde trabalha. Portanto, antes de apertar o botão é necessário escolher em qual escola está ocorrendo a emergência, para então finalizar o alerta.
A prefeitura estima que os agentes de segurança consigam chegar a qualquer escola no tempo máximo de cinco minutos. O sistema da GCM é integrado com a Polícia Militar, que também pode ser acionada se puder chegar antes.
Nunes lembrou que ataques como os que ocorreram na Vila Sônia, na zona oeste, e em Blumenau (SC) costumam ser encerrados em poucos minutos ou até segundos, e que por isso a única política eficaz será a prevenção com apoio psicológico.
O aplicativo será destinado, inicialmente, à direção das escolas. A gestão municipal diz que, até o fim de abril, a ferramenta estará disponível para cerca de 10 mil pessoas.
A prefeitura também quer oferecer a ferramenta a outras cidades de todo o estado de São Paulo. O secretário municipal de Inovação e Tecnologia, Bruno Lima, diz que o AlertaSP foi doado à prefeitura pela empresa que o desenvolveu.
Como a propriedade da ferramenta é do município, a disponibilização para outras pode ser feita por contratos entre as prefeituras. O secretário terá uma reunião nesta quinta para definir o melhor instrumento legal para fazer essa transferência.
"Vai ser uma ferramenta muito eficiente, mas a gente tem certeza de que não vamos ter que acioná-la [na cidade de São Paulo], porque estamos muito confiantes em todas as ações que estão sendo adotadas", disse Lima.
A prefeitura também está comprando botões físicos que terão a mesma função do aplicativo. É um dispositivo de poucos centímetros que lembra um chaveiro e, ao ser pressionado, alerta a GCM sobre a escola onde haveria uma emergência.
A prefeitura prevê que a distribuição desses aparelhos deve ocorrer em cerca de 15 dias.
O que fazer em casa de ameaça de ataque a escolas
- Especialistas afirmam que ameaças não devem ser ignoradas. Por isso, é importante que os pais e escolas procurem a Polícia Civil e canais criados pelo Ministério da Justiça para denunciar qualquer tipo de ameaça
- Não compartilhe mensagens, vídeos, fotos ou áudios com as ameaças
- As autoridades precisam ser notificadas sobre qualquer tipo de ameaça, pois quem as produz ou compartilha também pode responder criminalmente
- Pais, alunos e escolas devem manter diálogo estreito sobre alertas, receios e medidas adotadas. A transparência das ações é importante para aumentar a sensação de segurança
- Fique atento e informe ao colégio qualquer mudança no comportamento dos alunos
Como denunciar
- Como parte da Operação Escola Segura, o Ministério da Justiça lançou um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publicações nas redes sociais. O site para denúncia é o www.mj.gov.br/escolasegura
- Em São Paulo, no caso de ameaça, é possível ligar para o 181, canal da polícia que permite que qualquer pessoa forneça à polícia informações sobre delitos e formas de violência, com garantia de anonimato
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