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PM admite tiro em irmã e diz que tentou socorrer; legista fala em 'psicose'

Rhayna foi atingida com um tiro no peito e morreu no local. A PM foi presa em flagrante no local pelo próprio marido, também policial militar.

CANAL NBS A policial militar Rhaillayne Oliveira de Mello, 30, admitiu em depoimento à Delegacia de Homicídios que atirou contra a irmã Rhayna Oliveira de Mello, 23, em um posto de gasolina em São Gonçalo (RJ), na manhã de sábado (2). Rhayna foi atingida com um tiro no peito e morreu no local. A PM foi presa em flagrante no local pelo próprio marido, também policial militar.

Rhaillayne disse à polícia que estava bebendo desde da 20h do dia 1º e que não se lembra do que a motivou a disparar contra a Rhayna por volta das 8h do dia seguinte. A PM afirmou se recordar que saiu do banheiro do posto de gasolina, que discutiu com a irmã -sem descrever o teor da conversa- e que atirou. No mesmo depoimento, a PM disse que tentou socorrer a irmã e que "chegou a ver o momento em que ela ficava inconsciente".


No exame de corpo de delito, antes de ser encaminhada à prisão, Rhaillayne contou aos policiais que machucou a si mesma após atirar na irmã: bateu com as algemas na própria testa e tentou arrancar as unhas.


O perito Celso Eduardo Jandre Boechat atesta que a PM chegou no local do exame "com comportamento sugerindo psicose ou estado pós-traumático" e "apática com os fatos relatados". Ele confirma as lesões relatadas pela PM e que ela estava sem uma das unhas da mão esquerda.


POLICIAL BRIGOU EM CARRO BAR ANTES DE CRIME


Ainda em seu depoimento, a PM conta que seu marido deu voz de prisão em flagrante e a conduziu para a Delegacia de Neves (73ª DP).


Rhaillayne está na PM desde 2019. Documentos internos mostram que ela foi transferida em outubro do Batalhão de Jacarepaguá (18º BPM) para o de São Gonçalo (7º BPM), na cidade onde mora. Na mesma ocasião, passou a ter uma arma acautelada da Polícia Militar, após procedimentos verificarem seu comportamento, classificado como "bom".

Depoimentos de testemunhas à polícia revelam que a PM esteve em uma festa com parentes e que, ao sair, brigou com a mãe e a irmã no carro de um motorista do aplicativo Uber. Na sequência, foi até a casa dela para pegar sua arma, por volta das 3h, e parou para continuar bebendo em um bar.


Depois, discutiu com funcionários do estabelecimento e atirou para o alto. A noite terminou com o assassinato no posto de gasolina e prisão de Rhaillayne.


PM DIZ NÃO SE LEMBRAR DE BRIGA QUE MARIDO RELATA


O marido da PM disse em depoimento que acordou por volta de 3h com Rhaillayne chegando em casa para buscar algo -que ele não sabia o que era- e sair novamente. Uma hora depois, o marido conta que recebeu duas ligações, uma da sogra e outra da irmã da PM, relatando que a esposa estava "muito alterada".


Ao sair para procurá-la, o policial disse que encontrou a mulher bebendo em um bar, aparentemente calma, e que ela se recusou a voltar para casa.


Diante da negativa para ir embora, o marido contou que deixou o local, mas que retornou para encontrar a esposa depois de receber mais um telefonema de Rhayna pedindo ajuda.


Ao chegar no posto de gasolina onde as duas estavam, o marido da PM afirmou que as irmãs discutiram e entraram em luta corporal. Ele chegou a separá-las, quando a esposa realizou disparos na direção de Rhayna, mas sem atingi-la. Em uma nova luta corporal, a irmã da PM acabou baleada.


Em seu depoimento, Rhaillayne diz não se lembrar que brigou com a irmã e também de outras discussões na noite.


PRISÃO DECRETIVA FOI DECRETADA


Em audiência de custódia realizada no domingo (3), Rhaillayne teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.


A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que atuou a favor da policial militar, e aguarda retorno. Na decisão do juiz, consta que o órgão chegou a pedir a concessão de liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares, o que foi negado.


"Neste prisma, tudo indica que o restabelecimento da liberdade da custodiada gera ofensa à ordem pública, assim considerando o sentimento de segurança, prometido constitucionalmente, como garantia dos demais direitos dos cidadãos", sustentou o magistrado. POR FOLHAPRESS




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