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Pesquisa mostra que inflação das famílias mais pobres atinge 1,74% em março, segundo Ipea

Divulgada nesta quinta (14/4) aponta que, no mês, as altas nos preços dos alimentos foram os principais responsáveis pela inflação que atinge famílias de menor renda

CANAL NBS


Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada, nesta quinta (14/4), aponta que o aumento da inflação em março afetou todas as classes econômicas, mas com maior impacto entre as famílias de renda mais baixa, que recebem menos do que R$ 1.808,79 por mês.


Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, que variou entre 1,24% para as famílias com maior renda, e 1,74% no estrato de renda mais baixa. A inflação acumulada no ano, desde janeiro, varia ainda entre 2,68% para os mais ricos e 3,4% para as famílias de renda muito baixa.

A pesquisa aponta ainda que, em março, os principais responsáveis pelo aumento da inflação foram "alimentos e bebidas", para as famílias de renda muito baixa, e "transportes" para as demais categorias, afetadas principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis.


Para as famílias de renda mais baixa, a pressão inflacionária dos alimentos do mês foi decorrente de alta nos preços de alimentos muito consumidos, entre eles: arroz (que subiu 2,7%), feijão (6,4%), cenoura (31,5%), batata (4,9%), leite (9,3%), ovos (7,1%) e pão francês (3%).


Já a inflação pressionada pelos transportes para esse segmento foi mais afetada pelo reajuste das tarifas de ônibus urbano (1,3%) e interestadual (3,0%) do que pelo aumento dos combustíveis, dado que o peso deste item no orçamento dessas famílias é relativamente pequeno. Em menor intensidade, o grupo "habitação" também afetou o segmento, com aumentos de 6,6% no preço do gás e de 1,1% na tarifa de energia elétrica.


Preço dos combustíveis e de transporte por aplicativos afetam os mais ricos

Para o grupo mais rico, a alta foi puxada principalmente pelos transportes, repercutindo a alta de 6,7% no preço da gasolina, 13,7% no diesel, e 8% nos transportes por aplicativo. A pesquisa do Ipea ressalta ainda que o impacto foi atenuado pela queda de 7,3% no preço das passagens aéreas. De forma parecida, a redução de 0,69% dos planos de saúde ajudou a atenuar o impacto do grupo ‘saúde e cuidados pessoais’, que estava pressionado pelos reajustes de 1,3% dos medicamentos e de 2,3% dos produtos de higiene pessoal.


Em comparação com o mesmo período de 2021, enquanto a inflação do segmento de renda muito baixa passou de 0,71%, em março de 2021, para 1,74%, em março 2022, a taxa apurada na faixa de renda mais alta passou de 1,0% para 1,24% na mesma base de comparação.


No acumulado dos últimos 12 meses, a maior pressão inflacionária para as famílias de renda mais baixa reside no grupo ‘habitação’, impactado pelos reajustes de 28,5% das tarifas de energia elétrica e de 29,6% do gás de botijão.


Já as famílias de maior renda sentiram maior pressão do grupo ‘transportes’ refletindo os aumentos dos combustíveis, como gasolina (27,5%), etanol (24,6%), diesel (46,5%) e gás natural (45,6%), além do reajuste de 42,7% do transporte por aplicativo.


As altas dos alimentos em domicílio, principalmente os reajustes de 55,9% dos tubérculos, de 8,1% das carnes, de 18,9% de aves e ovos, de 13,5% dos leites e derivados e de 10,8% dos panificados, também aumentaram a inflação no período, sobretudo para as camadas de renda mais baixa.


Por Correio Braziliense




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