Advogado de programador diz que mensagem tem a ver com atos golpistas; defesa da deputada federal Carla Zambelli vê “falácia” no caso
CANAL NBS
O áudio entregue à Polícia Federal (PF) pela defesa do programador Walter Delgatti mostra uma mulher, supostamente ligada à campanha eleitoral da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), prometendo a ele “trocar uma ideia sobre o pagamento” e “sobre essa tua (de Delgatti) proposta”.
Na mensagem, à qual o Metrópoles teve acesso, não fica claro o serviço em discussão nem qual seria a ideia sugerida pelo programador, que ficou conhecido como o hacker da Vaza Jato, após vazar conteúdo dos procuradores e juízes ligados à operação Lava-Jato.
Segundo a defesa de Delgatti, o áudio seria o “caminho da prova” para se atestar o vínculo financeiro entre Delgatti e a parlamentar, investigada por ter recrutado o programador para participar de um suposto plano para gerar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. A ação teria o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e envolveria até um grampo no ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ouça o áudio:
O advogado de Carla Zambelli, Daniel Bialski, no entanto, afirma que todas as relações entre a equipe da parlamentar e Delgatti envolviam uma proposta de trabalho que o programador encaminhou aos assessores da deputada, sobre a manutenção das publicações da política em redes sociais. E que outras hipóteses sobre a mensagem são “falácias”.
No último sábado (26/8), o Metrópoles publicou, com exclusividade, prints de um um extrato do banco digital Cora. Foi com base neste documento que os investigadores conseguiram dar o mínimo de credibilidade ao depoimento que o programador e “hacker” Walter Delgatti prestou, contando um plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Depoimentos
O “hacker da Vaza Jato”, Walter Delgatti, prestou outro depoimento à PF na sexta-feira (18/8) para esclarecer as contradições entre o depoimento de quarta (16/8), à própria PF, e o realizado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O depoimento durou cerca de duas horas.
Delgatti foi convocado novamente pela corporação após atribuir, nas declarações dadas à CPI, ordens de uma série de atos antidemocráticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, o áudio entregue à PF comprovaria pagamento para invadir sistemas digitais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e incluiu documentos falsos no nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Por Metrópoles
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