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Nos casos de estupros no Brasil Amazonas lidera em 2022 aponta dado

As vítimas são, em sua maioria, crianças e adolescentes.


MANAUS (AM) – O Amazonas lidera lista de Estados com maior aumento no número de estupros de 2021 para 2022. O dado é do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, 20/7. As vítimas são, em sua maioria, crianças e adolescentes.

Conforme o levantamento, o Amazonas registrou o maior crescimento de casos de estupro no país, com 603 casos, em 2021, para 836, em 2022, o que representa um aumento de 37,3%.

Mais da metade do total de vítimas de estupro no Amazonas, em 2021, eram crianças e adolescentes. Conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 388 casos eram estupros contra vulnerável.


O trágico cenário ficou ainda pior em 2022: houve um aumento de 50,8% nos casos de estupro contra crianças e adolescentes, que subiu para 591 vítimas. O índice de crescimento de estupro de vulnerável de 2021 para 2022 no Amazonas também foi o maior do país.

O estudo também registrou maior número de casos de estupro da história no país em 2022, com 74.930 casos, um crescimento de 8,2% em relação a 2021. Cerca de 88,7% das vítimas são mulheres, enquanto que 11,3% são homens. O perfil da vítima no Amazonas também se repete em todo o país: 61,4% são crianças de 0 a 13 anos.



Em relação aos agressores das vítimas de 0 a 13 anos, 86,1% são conhecidos, e 64,4% são familiares. Já entre as vítimas com mais de 14, cerca de 77,2% são conhecidos e 24,3% são parceiros ou ex-parceiros íntimos.

Denúncias e pandemia

Denúncias são importantes para combater estupro (Márcio Fernandes)

Conforme a delegada-titular da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCMs), Débora Mafra, uma das razões para o aumento do registro de casos de estupro no Amazonas é o crescimento das denúncias no Estado. Ela destacou que observa o aumento da confiança das vítimas no poder judiciário e na polícia.

“Estão sabendo que esse agressor não ficará impune, que ele vai sim ser penalizado, e vai ser condenado. Então, a gente dá esse incentivo para que as vítimas não se calem. Toda vez que uma vítima de violência sexual se cala, vão ter outras vítimas do mesmo agressor”

A delegada também salientou que, durante a pandemia, muitas vítimas de casos de estupro conviveram dentro de casa com o agressor. Após a liberação do isolamento, elas passaram a fazer a denúncia.

Ela também ressaltou que houve uma mudança na legislação, com dois artigos, um para o estupro, e outro relacionado ao atentado violento ao pudor. Hoje, os dois antigos se fundiram em apenas um: o artigo 213.

De acordo com a delegada, as crianças e adolescentes são as principais vítimas justamente porque o abusador se aproveita da sua condição de vulnerabilidade.

“Os maiores índices de estupro são dentro de casa. Isso faz com que esse número aumente. Os agressores cometem esses crimes porque acham que ficaram impunes. Eles ameaçam esses vulneráveis para que eles não contem aos responsáveis. No entanto, há muitos incentivos na escola para que eles falem o que está acontecendo”, disse Débora Mafra.

Para a delegada, o principal caminho para combater os casos de estupro é por meio da educação. Para ela, a informação precisa chegar nas vítimas para evitar novos casos de violência sexual.

“A gente percebe que campanhas e eventos falando do tema em locais como a escola fazem com que as pessoas fiquem mais atentas para denunciar e que não se calem”



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