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No Brasil fila por transplante de córnea quase dobrou em 5 anos

Atualmente, mais de 24 mil pessoas esperam para realizar o procedimento

CANAL NBS


O número de pessoas na fila por um transplante de córnea quase que dobrou em cinco anos no Brasil. Atualmente, mais de 24 mil pessoas esperam para realizar o procedimento.


Faz seis meses que dona Gracilda, de 66 anos, recebeu uma córnea nova no olho esquerdo. Por causa de uma doença degenerativa, ela não enxergava mais. Daqui a seis meses vai passar pelo mesmo procedimento no olho direito, mas já está feliz da vida porque pode, enfim, ver a bisneta.



"Minha bisneta nasceu, eu não podia enxergar. Estava tudo cinza, eu só passava a mão e falei nem posso pegar. Agora quando eu encontro eu posso pegar, graças aos doutores aqui", conta.


A córnea é uma membrana que reveste o globo ocular, responsável por dar transparência às imagens. Distrofias e degenerações relacionadas à idade podem levar até a cegueira, e o único método para restabelecer a visão é a troca dessa membrana.

O Brasil voltou a realizar o mesmo número de transplantes de córnea do período pré-pandemia; mais de 12 mil procedimentos por ano. Para o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Cristiano Caixeta Umbelino, é uma notícia a ser comemorada, porque no auge da pandemia as cirurgias caíram para menos de 5 mil por ano, mas - segundo ele - o número precisa ir além. Hoje, mais de 24 mil pacientes estão à espera.

São Paulo é responsável por quase metade do número de cirurgias de transplante de córnea no país. Nos últimos 10 anos foram quase 30 mil transplantes. Um dos desafios é levar esse desempenho para outros estados.


Para se ter uma ideia, Pernambuco está em segundo lugar no ranking de transplantes de córnea no país, mas fez apenas 5.700 procedimentos na última década. O último da lista, Tocantins, teve somente 145 no mesmo período.

Para "zerar" a fila é preciso também agilizar a captação de córnea e aumentar o banco de tecidos oculares na rede pública. Os estados também têm uma diferença muito grande em relação ao tempo de espera. No Pará, um paciente chega a ficar na fila por mais de dois anos.


"No nosso país existe uma fila única pra cada estado, independente de onde esse paciente é oriundo, se ele é de convênio, consultório particular ou do SUS", diz Cristiano.



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