Policial penal Jorge Guaranho foi denunciado por homicídio com motivo fútil: a preferência político-partidária.
CANAL NBS O Ministério Público do Paraná denunciou o policial penal federal Jorge Guaranho pelo homicídio do guarda municipal Marcelo Arruda no último dia 9 de julho. Um dos agravantes apontados pelos promotores foi o “motivo fútil”, “havendo a querela sido desencadeada por preferência político partidária”. Outra qualificação apontada pelos autores da denúncia foi a possibilidade de a ação “resultar em perigo comum”, ou coletivo. O promotor Tiago Lisboa Mendonça explicou que a denúncia foi oferecida faltando ainda cinco laudos da perícia, incluindo o do celular do atirador. Para ele, os laudos serão importantes, mas “não são imprescindíveis ao oferecimento da denúncia”, que poderá ser editada em caso de fatos novos.
O caso
O guarda municipal de Foz do Iguaçu Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito pelo PT nas últimas eleições, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, na noite de 9 de julho. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
A festa seguia normalmente quando, por volta das 23h, Jorge Guaranho, que se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi ao local e discutiu com os participantes. Ele levava no carro a esposa e a filha, um bebê de colo. Após a primeira briga, na qual teve pedras atiradas contra seu veículo, Guaranho saiu, dizendo que voltaria. Minutos depois, voltou sozinho e armado e atirou em Marcelo, que revidou. De acordo com as investigações, uma vigilante que estava no clube onde o tesoureiro do PT e guarda municipal Marcelo Arruda foi morto, no dia 9 de julho, em Foz do Iguaçu (PR), confirmou em depoimento que ouviu a frase “Aqui é Bolsonaro, porra!” vinda do policial penal federal. Ele teria proferido as palavras antes de atirar contra Marcelo.
A Polícia Civil do Paraná concluiu, no último dia 15 de julho, que o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT não poderia ser enquadrado, juridicamente, como crime de motivação política. A decisão foi alvo de críticas e o MP pediu mais diligências antes de se pronunciar, o que ocorre nesta quarta-feira (20/7). Mais uma morte no caso
No último domingo (17/7), o vigilante Claudinei Coco Esquarcini, um dos diretores da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), onde ocorreu o assassinato do petista, foi encontrado morto em Medianeira (PR).
Claudinei seria o responsável pelo fornecimento de senhas das câmeras de segurança na Aresf. Jorge José Guaranho viu imagens do aniversário da vítima, antes de ir ao local e matar o guarda municipal e tesoureiro do PT. Guaranho estava em um churrasco em outro clube quando assistiu às cenas da festa de Arruda.
O caso é investigado como suicídio. Uso político
O assassinato de um petista por um bolsonarista virou um dos assuntos mais comentados da pré-campanha deste ano e preocupou a equipe eleitoral do presidente da República, que viu no episódio um evento com chances de prejudicar a busca por votos.
Dias após o crime, Bolsonaro conversou por telefone com irmãos bolsonaristas de Marcelo Arruda e os convidou a viajar para Brasília para tentar desvincular a questão política do crime. Um dos irmãos teria pedido a Bolsonaro que fizesse um pronunciamento pela paz e reconhecesse que seu irmão foi vítima no episódio.
Está prevista para esta quarta uma audiência de Bolsonaro com os parentes de Marcelo Arruda. POR METRÓPOLES
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