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Mourão se filia ao Republicanos com desafio de unir campanha e cargo

Ato de filiação ocorre nesta 4ª feira, em Brasília. Mourão, pré-candidato ao Senado pelo RS, não vai deixar o cargo de vice-presidente

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O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, deixa nesta quarta-feira (16/3) o PRTB e oficializa a filiação ao Republicanos, partido pelo qual pretende disputar as eleições de 2022. O ato de filiação ocorre às 18h, na sede nacional do Republicanos, em Brasília, e será restrito a convidados e imprensa credenciada.


A sigla, presidida pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), compõe a base de apoio do governo, mas tem se afastado do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos meses.

Descartado para repetir a chapa de 2018 com o presidente Bolsonaro, o general vai disputar este ano o cargo de senador pelo Rio Grande do Sul. Há uma garantia de que ele contará com o apoio de Bolsonaro na campanha.

Mourão e o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP)Republicanos No fim de 2020, Bolsonaro alfinetou Mourão afirmando que demitiria quem propusesse expropriação de terras como pena por crimes ambientais. O interessante é que a proposta era do Conselho da Amazônia, presidido pelo vice-presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles Mourão e o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP)Republicanos

Um dos desafios de Mourão nos próximos meses será conciliar os compromissos eleitorais com o cargo de vice-presidente.


“O que acontece é que eu continuo vice-presidente, né? Então, a campanha será realizada buscando, vamos dizer assim, conciliar a função de vice-presidente com a necessidade de estar presente no estado. Além do que, obviamente, existem todos os cuidados que têm que ser tomados em relação à lei eleitoral para não atravessar nenhuma linha vermelha”, lembrou Mourão em entrevista a jornalistas, na manhã desta quarta.

Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, Mourão prepara uma agenda de viagens internacionais entre abril e outubro para não se tornar inelegível.


A lei estabelece que vice-presidente, vices-governadores e vices-prefeitos que disputarão outros cargos não precisam deixar o mandato, mas não podem substituir o titular nos seis meses anteriores ao pleito. Como a eleição será em 2 de outubro, o general não poderá assumir a presidência interina a partir de 2 de abril (seis meses antes do pleito).

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Por isso, todas as vezes que Bolsonaro viajar ao exterior nesse período, Mourão também terá de deixar o Brasil.

Em abril, Bolsonaro deve ir à República Dominicana e à Guiana. Então, o vice pretende viajar a Londres. Em outras viagens do presidente, Mourão planeja ir ao Uruguai, país vizinho ao Brasil.

Bolsonaro deve viajar para o exterior pelo menos outras duas vezes. Em junho, vai a Los Angeles, nos Estados Unidos, para a Cúpula das Américas. Em setembro, será a vez de Nova York, para a Assembleia-Geral da ONU.


Campanha ao Senado


No Rio Grande do Sul, Mourão dividirá palanque com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni (PL), ou com o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), pré-candidatos ao governo estadual e apoiados por Bolsonaro. Este ano, há apenas uma cadeira de senador em disputa por cada estado. O primeiro cargo eletivo exercido por Mourão foi o de vice.


Aos 68 anos, ele já havia exercido cargos militares. Foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) cumpriu Missão de Paz em Angola, foi adido militar na Embaixada do Brasil na Venezuela e comandou o 27° Grupo de Artilharia de Campanha em Ijuí (RS).

Como Oficial General também comandou a 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (AM) e a 6ª Divisão de Exército em Porto Alegre (RS). Foi Comandante Militar do Sul e secretário de Economia e Finanças do Exército. Além desses cargos, presidiu o Clube Militar na cidade do Rio de Janeiro.


Reunião ministerial

Na quinta-feira (17/3), Bolsonaro deve se reunir com ministros para discutir as estratégias das candidaturas dos ministros, que deverão deixar os postos até abril. Não há previsão de participação do vice na agenda.

Bolsonaro diz que nove ministros deixarão governo para se candidatar

Os ministros que devem deixar o governo são:

  1. Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) – Governo/São Paulo;

  2. Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) – Governo/Rio Grande do Sul;

  3. João Roma (Cidadania) – Governo/Bahia;

  4. Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) – Senado/Amapá;

  5. Gilson Machado (Turismo) – Senado/Pernambuco;

  6. Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) – Senado/Rio Grande do Norte

  7. Tereza Cristina (Agricultura) – Senado/Mato Grosso do Sul;

  8. Flávia Arruda (Secretaria de Governo) – Senado/Distrito Federal; e

  9. Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) – Câmara dos Deputados/São Paulo.



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