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Metroviários aceitam oferta do Metrô e greve termina em SP

7.200 metroviários compõem o quadro. Desse total, 3.800 são funcionários diretamente ligados à operação dos trens, sendo que cerca de 700 trabalham ao mesmo tempo nas quatro linhas

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O Sindicato dos Metroviários de São Paulo realizou uma assembleia na manhã desta sexta-feira (24), e a categoria aceitou a proposta apresentada pelo Metrô durante a madrugada. Com isso, a greve, que começou nesta quinta (23), foi encerrada.


Os metroviários devem voltar ao trabalho imediatamente, e a expectativa é que as estações reabram e a circulação volte ao normal ao longo do dia. A greve durou 34 horas e foi marcada por brigas entre o sindicato e o Metrô.


Durante a madrugada, o Metrô apresentou ao sindicato uma proposta para o pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2.000 e a instituição de PPR (Programa de Participação nos Resultados) de 2023, a ser pago em 2024.


O Sindicato dos Metroviários afirma que a empresa pública deixa de pagar há três anos o abono salarial devido à categoria. Os funcionários pedem reposição do equivalente à participação nos lucros de 2020 a 2022. Antes de fazer a proposta aos funcionários nesta madrugada, o Metrô afirmou não ter dinheiro para pagar o abono salarial neste momento, alegando que a empresa teve quedas significativas de arrecadação devido à pandemia e ainda não teve o retorno total da demanda de passageiros.


A presidente do sindicato, Camila Ribeiro Duarte Lisboa, reclamou que a negociação está duríssima e não vê uma possível melhora da proposta apresentada pelo Metrô.


"A gente acha a proposta muito ruim, um desrespeito com a categoria que trabalhou durante a pandemia, que está sofrendo nas estações com pouquíssimos funcionários. A gente merece muito mais do que isso", discursou durante a assembleia.


Contudo, Lisboa defendeu que a proposta da companhia fosse aceita pelos trabalhadores.


"Estou defendendo a gente aceitar essa proposta, com todas as críticas que ela merece, mas para a gente sair por cima. Porque nós temos uma campanha salarial daqui a duas semanas. Vai começar um novo enfrentamento. A gente quer sim um reajuste na campanha salarial, a gente quer sim melhorar o nosso acordo coletivo e a gente já viu que vai enfrentar um governo duríssimo", afirmou a presidente.


O vice-presidente do sindicato Narciso Fernandes Soares afirmou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mentiu durante a negociação.


"E não mentiu só na catraca. Mentiu quando falou que não tinha dinheiro para dar para os metroviários. Porque está dando essa merreca desses R$ 2.000, que os metroviários mereciam muito mais, mas mostrou que tinha dinheiro e a gente vai brigar para dar mais", afirmou Soares.


Ele defendeu que o movimento sai fortalecido da greve e defendeu a aceitação da proposta patronal.


"A gente sai mais forte hoje do enfrentamento com Tarcísio. A categoria sai mais moralizada. Foi muito correto esse movimento. Acho que nesse momento é melhor recuar para sair de cabeça erguida e ter força para lutar na campanha salarial, ter força para lutar contra a privatização. Acho que é o melhor momento mesmo sendo essa proposta ruim. Por isso defendemos essa proposta", defendeu.


No entanto, mesmo com a defesa da direção do sindicato, os metroviários rejeitaram a proposta o oferecida e a greve segue em andamento.


As linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha do metrô e a linha 15-prata do monotrilho amanheceram paralisadas pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira (24) em São Paulo e a partir das 6h45 começaram a funcionar parcialmente, de acordo com plano de contingência. Os trens das linhas 4-amarela e 5-lilás circulam normalmente.


ENTENDA A GREVE NO METRÔ DE SP


O que os metroviários pedem


- Pagamento de abono salarial para repor o não pagamento das PRs (participação nos lucros) de 2020 a 2022

- Revogação de demissões por aposentadoria especial

- Revogação de desligamentos realizados em 2019

- Fim das terceirizações e privatizações

- Abertura imediata de concurso público para repor o quadro defasado de funcionários


O que diz o Metrô


Afirma não ter dinheiro para pagar o abono salarial neste momento, alegando que a empresa teve quedas significativas de arrecadação devido à pandemia e ainda não teve o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019


VAIVÉM SOBRE ABERTURA DAS CATRACAS


Na véspera da greve


- Justiça rejeita liminar do Metrô e permite catraca livre em caso de greve

- Sem acordo com empresa, metroviários anunciam greve

- Metrô não divulga se vai liberar passageiros de graça

No dia da greve

- Metroviários entram em greve, com estações fechadas

- Funcionários afirmam que voltariam ao trabalho com catracas livres

- Metrô anuncia que aceita liberar catracas

- Metroviários dizem que estão a postos para trabalhar, mas estado não libera passageiros

- Gestão Tarcísio acusa funcionários de não terem voltado ao trabalho

- Justiça revê decisão e manda metroviários garantirem 80% do serviço durante a greve

- Funcionários dizem que não vão voltar ao trabalho sem catraca livre


7.200 metroviários compõem o quadro. Desse total, 3.800 são funcionários diretamente ligados à operação dos trens, sendo que cerca de 700 trabalham ao mesmo tempo nas quatro linhas

3 milhões é o número atual de passageiros do sistema por dia, segundo o Metrô. Antes da pandemia, a média ficava entre 3,8 milhões e 4 milhões de passageiros

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