A Corte eleitoral definiu, por 7 votos a 0, que Deltan tentou burlar a lei da ficha limpa no pleito de 2022, em 16 de maio.
CANAL NBS
A mesa diretora da Câmara cassou, na tarde desta terça-feira, 6, o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), confirmando o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do dia 16 de maio.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara dos Deputados, em documento assinado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) e os demais membros: Marcos Pereira (Republicanos-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Luciano Bivar (União-PE), Maria do Rosário (PT-PR), Julio Cesar (PSD-PI) e Beto Pereira (PSDB-MS).
A Corte eleitoral definiu, por 7 votos a 0, que Deltan tentou burlar a lei da ficha limpa no pleito de 2022, em 16 de maio. Desde então, o ex-procurador da operação Lava Jato aguardava o rito tramitar na Casa.
"Deixo hoje o Congresso e a Câmara, mas eu deixo com a paz de quem honrou seus eleitores", disse Deltan. "Hoje o sistema corrupto vence sim uma batalha, mas eu vou seguir lutando com todas as minhas forças para que não vença a guerra."
Ele afirmou que recorrerá da decisão "até o fim".
Neste final de semana, o deputado cassado fez o segundo ato em defesa do seu mandato em Curitiba. Enquanto a decisão ainda não era publicada, Deltan seguiu as atividades normais de um parlamentar. Na votação da medida provisória (MP) dos Ministérios, por exemplo, ele foi visto até 1h da manhã no plenário da Câmara.
Como mostrou o Estadão, Deltan foi uma das principais vozes de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara. Das poucas pautas caras a Lula já votadas na Câmara, Dallagnol se posicionou contra todas.
Ele se opôs à urgência para a votação do arcabouço fiscal e do Projeto de Lei das Fake News, votou para derrubar decreto de Lula para alterar regras do Marco Legal do Saneamento e a MP dos Ministérios e também rejeitou o projeto que equipara o salário entre homens e mulheres. Isso o fez aproximar do grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Ele ainda votou favoravelmente ao marco temporal, gerando protestos de deputados de esquerda. "Como é que um deputado já cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral - no caso, o sr. Deltan Dallagnol - pode exercer o direito de voto para estar aqui aqui maltratando e golpeando os povos indígenas do Brasil?", questionou Glauber Braga (PSOL-RJ).
Comments