O filme M3gan traz uma boneca assassina, feita com alta tecnologia e propõe uma reflexão sobre o tempo que as crianças ficam com os gadgets
CANAL NBS O filme de terror M3gan estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (19/1). Apesar de trazer uma nova boneca assassina, o longa propõe uma reflexão importante para nossa sociedade e ainda conta com um viés diferente: nada de demônios e espíritos, e, sim, uma invenção com tecnologia de ponta. A produção ainda aposta em um humor tóxico e faz com que a protagonista do longa seja carismática.
Antes de chegar ao Brasil, a produção foi aclamado pela crítica internacional e chegou aos 95% de aprovação do Rotten Tomatoes, um dos sites mais importantes quando o assunto é a avaliação de filmes. As dancinhas de M3gan, inclusive, viraram trend nas redes sociais e diversas pessoas passaram a dançar como a boneca.
Confira, antes da crítica, o trailer oficial de M3gan.
O filme é centrado em contar a história da jovem Cady (Violet McGraw) e sua tia Gemma (Alisson Williams). Após perder os pais em um trágico acidente de carro, o que acontece na primeira cena, a criança vai morar com a tia. A família da criança é focada em sua carreira profissional e dispensa o tempo em que deveria ficar com ela.
Muito inteligente e trabalhando em uma empresa de brinquedos para lá de tecnológicos, Gemma trabalhava em criar uma boneca para alavancar a sua carreira e a fábrica para a qual trabalhava. É, desse primeiro protótipo que surge M3gan. A tarefa do robô é interagir com Cady, além de ensiná-la o certo e o errado, inclusive a proteger física e emocionalmente.
A produção conta com James Wan, pai dos bonecos assassinos e diretor que está por trás de grandes clássicos como Jogos Mortais, Invocação do Mal, Gritos Mortais, entre outros. Em M3gan, a direção ficou por conta de Gerard Johnstone. A Blumhouse, famosa no ramo do terror, também participa da obra. Só por esses pontos, o filme já merece ser destacado. A grande sacada dos roteiristas fica por conta do papel de mãe assumido pela boneca. O humor tóxico de M3gan deixa a boneca cada vez mais carismática, seja na cena em que ela canta Titanium, de David Guetta e Sia, relembrando do que é feita, ou quando destila o seu talento para a dança.
Apesar de outros bonecos assassinos, como Chucky e Annabelle, M3gan se destaca de uma maneira para lá de diferente: a tecnologia de ponta ao invés de espíritos e obras malignas. O brinquedo, por mais que pareça uma pessoa, age como um robô e deixa claro que aquilo não é, realmente, um ser humano. As roupas utilizadas pela protagonista a torna semelhante a uma criança.
O filme ainda conta com críticas e reflexões que são bem fundamentadas durante os seus 102 minutos. A utilização dos gadgets pelas crianças, o chamado tempo de tela durante o filme, a negligência dos pais e a imersão em tecnologias de ponta ao invés de carinho e afeto são os tópicos abordados na trama. A criação de M3gan, inclusive, é baseada na falta de tempo que Gemma tem para passar com Cady.
No longa, há uma conselheira tutelar que passa um tempo com as familiares para entender como é a convivência das duas, já que os avós paternos também querem a guarda da criança. A crítica é feita de maneira certeira.
É claro que o filme se torna, muitas vezes, previsível e até com algumas falhas no roteiro, mas nada tira o terror cômico de M3gan e a capacidade da boneca de te fazer levar sustos e dar risadas na mesma sessão do cinema.
Avaliação: Ótimo POR METRÓPOLES
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