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Investigado, ex-assessor de Bolsonaro foi a Orlando em 2022 e evaporou

Filipe Martins foi para Orlando no fim de 2022; advogados em processos em que ele é parte querem saber seu paradeiro.

CANAL NBS Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro citado na delação premiada de Mauro Cid, deixou Brasília em 30 de dezembro de 2022 rumo a Orlando, nos Estados Unidos, no mesmo dia que o ex-presidente. Agora, nem aliados que eram próximos nem advogados responsáveis por processos envolvendo Martins sabem dizer onde ele se encontra. Procurado pela coluna por telefone, em seus endereços e nas redes sociais, Martins tampouco retornou.


Após as eleições, o ex-assessor entregou as chaves do apartamento onde morava de aluguel na Asa Sul, bairro do Plano Piloto de Brasília. Após sua saída, o imóvel foi alugado para uma nova família no primeiro semestre deste ano. Segundo documento a que a coluna teve acesso, o governo dos Estados Unidos registrou a entrada de Martins no dia 30 de dezembro de 2022 em Orlando, capital da Flórida, onde Bolsonaro ficaria até março.


A coluna também procurou pessoas próximas ao ex-assessor, mas elas alegaram desconhecer onde Martins se encontra.


Emprego no PL

Martins chegou a pedir um emprego no PL de Jair Bolsonaro quando o ex-presidente voltou ao Brasil, como mostrou a repórter Naira Trindade, mas integrantes do partido não sabem dizer se essas conversas aconteceram pessoalmente.


Da mesma forma, processos judiciais envolvendo Martins dão sua localização como incerta. Em 28 de setembro, os advogados Gabriel Borges e Rodrigo Valverde, que defendem o jornalista Renato Rovai Júnior em uma ação movida por Martins, pediram a intimação do ex-assessor de Bolsonaro para que seu endereço seja atualizado.


O paradeiro de Martins virou assunto em Brasília após o tenente-coronel Mauro Cid afirmar, em sua delação premiada, que o ex-assessor entregou uma minuta golpista para Bolsonaro no fim de 2022, e que ele intermediou o contato do então presidente com um advogado constitucionalista interessado em atuar no desenho jurídico de um eventual golpe. O ex-presidente, segundo Cid, apresentou o documento aos chefes das Forças Armadas e recebeu apoio do então comandante da Marinha, Almir Garnier, para levar o plano à frente.


Bolsonaro organizou reuniões secretas com os comandantes das Forças Armadas em novembro, após ser derrotado por Lula. A coluna mostrou que o ex-presidente também teve um encontro fora da agenda com Martins, na manhã do dia 18 de dezembro, no Palácio da Alvorada. Não se sabe a data em que Martins teria levado a minuta com uma proposta de golpe.


Desde então, parlamentares bolsonaristas e ex-integrantes do governo Bolsonaro dizem que desconhecem a localização de Martins e que perderam o contato com o ex-assessor após a eleição presidencial. Martins, de fato, era muito reservado e não deixou quase nenhum amigo em Brasília.


A Polícia Federal convocará Martins, Garnier e todos os citados na delação de Cid para prestar depoimento. Bolsonaro também será chamado para fornecer esclarecimentos sobre as revelações do ex-ajudante de ordens da Presidência.


POR METRÓPOLES


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