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Grande ABC registra aumento de casos de estupro e lesão corporal

Alta foi contabilizada em setembro na comparação com o mesmo período de 2022; ocorrências de homicídio, roubos e furtos tiveram queda

CANAL NBS O Grande ABC registrou aumento nos índices de estupro e lesão corporal em setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2022. No mês passado, foram realizados na região 61 BOs (Boletins de Ocorrência) de violência sexual, alta de 13% em relação ao ano passado, quando foram oficializados 54, segundo estatísticas criminais divulgadas pela SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).


No acumulado do ano, os sete municípios contabilizaram 467 ocorrências de estupro, incluindo de pessoas vulneráveis, ou seja, crianças menores de 14 anos, deficientes ou pessoas sem condições de se defender. Nos nove meses do ano, a média é de um caso por dia.

O ex-delegado, aposentado há 25 anos da Polícia Civil, Jorge Lordello, destaca que o número de estupros não reflete a realidade das vítimas, por conta da alta taxa de subnotificação. Para o especialista em segurança pública e privada, o crescimento regional pode estar relacionado com o aumento de denúncias.


“Estima-se que em 2022, 850 mil pessoas foram estupradas no Brasil. Apenas 6,5% dos crimes foram notificados às autoridades. Delitos contra o patrimônio, como roubo e furto de veículos, tem 100% de notificação, mas crimes contra vida, como estupro e homicídio, por exemplo, não chegam nem perto desse percentual. Essa alta no mês anterior pode ter ocorrido pela aumento da realização de queixas, e não necessariamente pelo aumento de crimes”, explica Lordello.


A SSP pontua que trabalha para combater a subnotificação e incentivar o registro de crimes sexuais por meio de campanhas que ressaltam os canais pelos quais as mulheres podem denunciar. “Todos os casos registrados são investigados. O Estado possui uma estrutura que permite que as mulheres notifiquem esses crimes por meio da internet 24h por dia, além de 140 DDMs (Delegacias de Defesa da Mulher)”. O Grande ABC conta cinco unidades.


Em relação ao delito de lesão corporal dolosa, quando há intenção, foram notificadas 678 ocorrências em setembro, ante 516 em 2022 – elevação de 31,4% no período. Com alta de 70%, Mauá foi a cidade da região que registrou maior crescimento no ano. O município passou de 68 ocorrências de lesão corporal em 2022 para 106 em 2023 – veja dados por cidade na tabela abaixo.


Lordello, que é apresentador do programa Operação de Risco, da RedeTV, acredita que o aumento de ocorrências de lesão corporal dolosa pode ser consequência da pandemia da Covid-19. Para o ex-delegado, a crise sanitária deixou significativos impactos na saúde mental das pessoas, e o uso de violência física passou a ser mais recorrente nas relações.


“A maioria dos casos de lesão corporal são ocasionados por brigas. As pessoas não conseguem mais gerenciar uma situação de estresse, e acabam resolvendo tudo na base da violência”, diz.


A SSP informou que os crimes contra a vida são acompanhados pela pasta, por meio do SPVida (Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida), para analisar os indicadores de crimes e elaborar planos de ação visando a redução de mortes.


“Durante os nove meses deste ano, houve queda de 27,4%nos homicídios na região, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, o trabalho das forças de segurança permitiu a retirada de 337 armas de fogo de circulação e a prisão e apreensões de 5.984 pessoas durante o ano”, acrescenta a pasta.


QUEDA NOS INDICADORES


Os demais indicadores criminais apresentaram queda no mês ou se mantiveram estáveis. Os crimes contra o patrimônio, como roubo e furto de veículos, diminuíram 16,8% e 23,6%, respectivamente. O número de vítimas de homicídio doloso, quando há intenção de matar, reduziu 43,8%, passando de 16 em setembro de 2022 para nove neste ano. Os casos de tentativa de homicídio se mantiveram instáveis, com 16 notificações nos dois anos. Roubo (11,3%) e furto geral (7,7%), que contabiliza subtração de diversos itens, como celular, dinheiro e também a carga e a banco, caíram em um ano. Lordello esclarece que a redução de delitos contra o patrimônio é reflexo das ações policiais.


“Rondas ostensivas, operações e investigações são medidas adotadas pelas forças de segurança para combater esses crimes. Já os delitos contra a vida é onde a polícia não tem como vigiar, então fica mais difícil de prevenir e combater”, finaliza o ex-delegado.

POR DIÁRIO DO GRANDE ABC


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