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Governo de SP cobra ViaMobilidade por falhas em trens

No encontro, o governo fez duras cobranças e pediu explicações sobre episódios como o descarrilamento de trens com passageiros na linha 8 na quinta (30)

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Após uma série de problemas nas linhas de trens 8-diamante e 9-esmeralda operados pela empresa ViaMobilidade, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo se reuniram com representantes da empresa nesta quarta-feira (5), no Palácio dos Bandeirantes.


No encontro, o governo fez duras cobranças e pediu explicações sobre episódios como o descarrilamento de trens com passageiros na linha 8 na quinta (30).


Tarcísio, segundo apurou a reportagem, teria sido incisivo e apontou as falhas listadas por um relatório do Ministério Público. No entanto, está descartada a possibilidade de o contrato com a concessionária ser rescindido neste momento.


Também participaram da reunião os secretários estaduais Arthur Lima (Casa Civil) e Rafael Benini (Parcerias), a procuradora-geral do Estado, Inês Coimbra, e representantes do grupo CCR e CCR Mobilidade.


Após a conversa desta quarta, representantes do governo e da empresa terão reunião na semana que vem com o Ministério Público.


Procurada pela reportagem, a ViaMobilidade não comentou a pauta da reunião e disse, em nota, que prestará esclarecimentos junto aos órgãos competentes, incluindo o Ministério Público. A concessionária também ressaltou que vem fazendo investimentos nas linhas 8 e 9.


"O plano de investimentos prevê R$ 3,8 bilhões em investimentos somente nos três primeiros anos, dos quais mais de R$ 1 bilhão já foi investido somente no primeiro ano, além de mais de R$ 950 milhões pagos em outorga. Somente neste ano, a concessionária vai investir mais R$ 1,5 bilhão, o que inclui o pagamento dos 36 novos trens adquiridos junto à Alstom", afirma a empresa.


Na quinta (30), o promotor Silvio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, afirmou que não tem mais possibilidade de diálogo com a ViaMobilidade e que medidas judiciais serão tomadas em até 15 dias para rompimento do contrato de concessão das linhas 8-diamante e 9-esmeralda.


"Não vamos esperar que pessoas morram em razão da falta de competência da empresa para romper o contrato de concessão", disse Marques.


O Ministério Público abriu uma investigação em 2022 e, segundo o promotor, havia elementos "fantásticos" contra a ViaMobilidade, como um parecer técnico publicado no último dia 22 de março listando problemas nas vias administradas desde janeiro do ano passado pela concessionária.


No documento, os técnicos dizem que a concessionária deve, urgentemente, acelerar ações e melhorias nas linhas, ampliar as manutenções, promover as modernizações do sistema para mitigar os riscos, "notadamente aqueles cujas consequências e danos são de grande magnitude, dos quais podemos citar, sem se restringir: descarrilamentos, colisões, incêndios e descargas elétricas".


Somente no ano passado, os trechos registraram 157 ocorrências, divididas entre equipamentos, trens, trilhos, sistema de alimentação elétrica, rede aérea e sinalização, gerando superlotações e atrasos.


Procurada naquela ocasião, a ViaMobilidade preferiu não comentar as declarações do promotor. A empresa também afirmou que os problemas nas linhas se devem às más condições com que as receberam da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), responsável pela administração anteriormente.


Desde janeiro, no entanto, o promotor Marques vem pedindo ao Governo de São Paulo que rescinda o contrato com a ViaMobilidade.


Após esse posicionamento do Ministério Público, Tarcísio subiu o tom, durante entrevista coletiva no dia 28 de fevereiro, ao dizer: "O governador do estado sou eu. O Executivo está aqui. No dia que você permitir que o Ministério Público governe o estado para você, você está morto".


Na ocasião, ele admitiu que não estava satisfeito com o serviço, mas reforçou sua apostas nos investimentos feitos pela empresa.


"Qual seria a solução? Voltar para a CPTM? Voltar para a administração pública? É essa solução que o Ministério Público está propondo? Quantas empresas de mobilidade existem no mundo capazes de operar essa via? Eu estou enxergando o que é melhor para o meu usuário", disse Tarcísio.


Por: Gazeta SP



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