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Estudo revela que horário de janta pode estar associado a casos de AVC

Jantar após certo horário aumenta o risco de sofrer um AVC ou ataque isquêmico em até 28%, segundo estudo


REDAÇÃO NBS

Uma análise conduzida por cientistas franceses mostrou que jantar tarde pode aumentar o risco de sofrer um AVC ou miniAVC em até 28%. No estudo foram analisados diários alimentares mantidos pelos 100 mil participantes, entre 2009 e 2022, que acompanharam seus horários de refeições durante a semana e nos finais de semana.

Um terço das pessoas no estudo fizeram a refeição noturna antes das 20h, enquanto um terço do grupo comeu depois das 21h. Ao longo do estudo, ocorreram cerca de 2.000 casos de doenças cardiovasculares entre os participantes. Quando os pesquisadores analisaram os horários de jantar daqueles que sofreram de doenças cardiovasculares, notaram uma correlação assustadora.

Os participantes que jantaram mais tarde, depois das 21h, tiveram 28% mais probabilidade de sofrer um acidente vascular cerebral transitório ou um “miniAVC”, chamado ataque isquêmico, em comparação com as pessoas que comeram antes das 20h. Essa correlação foi mais observada nas mulheres. No entanto, são necessárias mais investigações para confirmar tais descobertas.


Conclusão

Os responsáveis pela pesquisa disseram que estudos em animais mostram aumento de açúcar no sangue e pressão arterial quando as refeições são feitas no final do dia. Jantar mais tarde, quando a pressão arterial está normalmente mais baixa, pode danificar os vasos sanguíneos ao longo do tempo e aumentar o risco de coágulos sanguíneos que levam a AVC e ataques cardíacos.

As pessoas no estudo que comeram depois das 21h não tiveram um risco aumentado de outros tipos de doenças vasculares, como ataques cardíacos, angina ou artérias bloqueadas em comparação com aquelas que comeram antes das 20h. O risco foi limitado a problemas cerebrovasculares, ou seja, acidentes vasculares cerebrais e ataques isquêmicos.

AVC avança entre jovens

A prevalência de AVC (Acidente Vascular Cerebral) entre pessoas abaixo de 50 anos quase dobrou no período da pandemia de Covid-19, acendendo o alerta para a doença que lidera as causas de internações e mortes no país e que sempre esteve associada a idades mais avançadas.

Dados preliminares compilados pela Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization, a WSO) mostram que a taxa de pessoas com menos de 45 anos acometidas pela doença passou de 10%, antes da crise sanitária, para 18%, no fim de 2022.

"Estamos vendo muitos jovens com pressão alta, diabetes, colesterol elevado, obesidade, inatividade física, tabagismo, consumo exagerado de álcool e muito estressados. São fatores de risco que levavam ao AVC aos 60, 70 anos, e que foram puxados para mais cedo", explica a médica, chefe do serviço de neurologia e neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS) e professora da UFRGS (Universidade federal do Rio Grande do Sul), Sheila Martins.

Nas últimas três décadas, o AVC liderou as causas de mortes no Brasil, mas após a adoção de um programa nacional de enfrentamento da doença, em 2011, em que foram criados centros de enfrentamento da doença, passou para o segundo lugar. Em 2022, porém, voltou à liderança.



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