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Em protesto, funcionários penduram uniformes em frente à fábrica da Ford

Após o protesto realizado na segunda pela manhã, os metalúrgicos aprovaram novas manifestações.

© REUTERS/Amanda Perobelli - Por Folha Press


Funcionários da Ford em Taubaté, no interior de São Paulo, fizeram nesta segunda (18) um novo protesto na portaria principal da fábrica. Os metalúrgicos colocaram seus uniformes sobre o alambrado que cerca a sede da montadora.

Nas camisas, escreveram os nomes de maridos, esposas, filhas e filhos, e também mensagens à empresa. O gesto simbólico pretendia ressaltar o impacto do fechamento da planta para as famílias dos empregados.

A Ford anunciou há uma semana o encerramento da produção de veículos no Brasil, o que levará ao fechamento das fábricas de Taubaté, Camaçari (BA) e Horizonte (CE).

No município do Vale do Paraíba, cerca de 830 pessoas são empregadas diretamente pela Ford e outras 600 são terceirizadas em funções como logística e limpeza.

Nesta segunda, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté se reuniu pela primeira vez com representantes da Ford desde o anúncio de fechamento.

A empresa diz que trabalhará com os sindicatos na elaboração de um plano de demissão e no desenvolvimento de medidas que atenuem os impactos do fechamento das fábricas.

O primeiro encontro ainda não teve negociação das dispensas. Foram discutidas datas para novas reuniões, quem serão os participantes e o que será colocado em pauta.

"Será um processo longo, pois queremos discussões maduras sobre a situação imposta pela montadora", diz Claudio Batista, presidente do sindicato de Taubaté. Os trabalhadores da Ford no município paulista têm estabilidade no emprego até dezembro de 2021, conforme acertado com a empresa em negociação coletiva no ano passado.

Nesta terça (19), representantes do sindicato dos metalúrgicos se reunirão com procuradores do trabalho. Na semana passada, o Ministério Público do Trabalho abriu inquéritos para acompanhar as demissões nos três municípios em que a Ford anunciou o encerramento das atividades.

Após o protesto realizado na segunda pela manhã, os metalúrgicos aprovaram novas manifestações. Na quarta (20), haverá uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Para quinta, eles estão convocando uma mobilização nacional em frente às concessionárias Ford. Os distribuidores de veículos da marca também foram pegos de surpresa com a notícia de encerramento das fábricas. Eles serão recebidos pela empresa nesta terça e esperam que haja um plano de indenização e transição.

O calendário de protestos dos metalúrgicos prevê ainda uma audiência na Câmara dos Deputados no dia 26 e uma carreata até a Basílica de Aparecida, que ainda não tem data marcada.

Desde o anúncio feito pela Ford, funcionários da linha de produção de Taubaté estão se revezando em vigílias. Em turnos de seis horas, eles ficam em duas saídas da planta fabril para evitar que a montadora comece a desocupar o prédio antes de as negociações avançarem.

Segundo a Ford, a produção na fábrica de Taubaté ainda será retomada neste ano, mas apenas para atender estoques e pós-venda.



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