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Em meio à greve, espera por carro de aplicativo leva até 30 minutos

Passageiros relatam demora e cancelamentos em manhã tumultuada em São Paulo; quatro linhas do Metrô e três da CPTM estão fechadas

CANAL NBS São Paulo – Passageiros do Metrô de São Paulo e dos trens da CPTM se aglomeravam em frente à Estação da Luz, no centro da capital, na manhã desta terça-feira (3/10), enquanto tentam pedir corridas por aplicativo para chegar a seus postos de trabalho, diante da greve dos metroviários e ferroviários na cidade.


Entre as linhas que passam pela estação, apenas a 4-Amarela, do Metrô, funciona normalmente. As linhas 7-Rubi e 11-Coral, da CPTM, operam de forma parcial. A linha 1-Azul não está funcionando.


Na Avenida Cásper Líbero, em uma das saídas da estação, dezenas de pessoas aguardavam, com celulares na mão, a chegada dos motoristas de aplicativo. Eles relataram tempos de espera e preços mais altos que o comum.


O analista logístico Rafael Mathias, de 26 anos, pediu uma corrida no aplicativo Uber até a Mooca. Após 30 minutos de espera, o motorista ainda não tinha chegado.


“Saí de casa, na Freguesia do Ó, 6h20. Vou chegar no trabalho umas 8h50. Meu horário é 7h30. O patrão entendeu. Já estou há um certo tempo lá, então está de boa”, disse Rafael.


Segundo o analista, a corrida custou R$ 45 e ele ainda não sabe se a empresa vai cobrir o valor.


Cancelamentos

A técnica de enfermagem Ana Claudia Alonso, de 53 anos, conseguiu um motorista da Uber por volta das 8h10, após cerca de 20 minutos de espera. O problema, disse ela, é que seu horário de chegada no trabalho é 8h.


“Tenho que chegar 8h, não vai dar. A previsão de tempo de espera do aplicativo vai sempre mudando. Estava em 10, vai para 15, volta para 7. E enquanto isso eu aqui esperando, além dos cancelamentos. Foram vários”, disse Ana Cláudia.


A mulher, que saiu de Itaquera, na zona leste, foi de trem até a Estação da Luz. Ela disse que o Hospital Oswaldo Cruz, na Vergueiro, onde ela trabalha, vai cobrir o custo da viagem de aplicativo de carona que, segundo ela, custou R$ 50.


A publicitária Luciana Amaro, de 34 anos, fez o inverso. Ela mora em Santo André e pegou uma corrida de aplicativo de R$ 70 para chegar até a Estação da Luz.


Normalmente, Luciana usaria a Linha 2-Verde e 1-Azul para chegar à Luz e fazer a baldeação para a Linha 4-Amarela. De lá, iria até estação Pinheiros para fazer mais uma baldeação, a Linha 9-Esmeralda, da CPTM, e chegar à Vila Olímpia, onde trabalha.


“Pelo menos é a empresa que está pagando. Se não fosse isso não tinha nem como ir. Era para eu chegar 8h. Já são 8h30.”


A greve também lotou os pontos de ônibus da cidade. Muita gente desistiu de ir trabalhar porque não consegui embarcar nos coletivos.


A paralisação desta terça-feira foi marcada em protesto contra o plano de concessões e privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e tem adesão de funcionários da Sabesp, a companhia estadual de abastecimento de água e coleta de esgoto.


De acordo com o governo do estado, o Metrô e a CPTM funcionavam da seguinte forma:


Metrô

• Linha 1- Azul: fechada

• Linha 2- Verde: fechada

• Linha 3-Vermelha: fechada

• Linha 15- Prata: fechada


CPTM – em operação parcial desde às 5h

• Linha 7- Rubi: de Caieiras a Luz

• Linha 10- Turquesa: fechada

• Linha 11-Coral: de Guaianases a Luz

• Linha 12- Safira: fechada

• Linha 13- Jade: fechada


Segundo o governo, as seguintes integrações estão abertas nesta manhã: Linha 7-Rubi na Estação Barra Funda com a Linha 8-Diamante; Linha 11-Coral e 7-Rubi na Estação Luz com a Linha 4-Amarela. As transferências com a Linha 3-Vermelha, na Barra Funda, e com a Linha 1-Azul, na Luz, continuam fechadas.


As linhas de transporte metropolitano já concedidas à iniciativa privada, 4-Amarela e 5-Lilás, de metrô, e 8-Diamante e 9-Esmeralda, de trem, estão operando normalmente. Ainda assim, a expectativa é que a paralisação provoque caos no trânsito da cidade.


A pedido do Metrô, a Justiça do Trabalho havia determinado o funcionamento de 100% dos serviços no horário de pico — das 6h às 9h e das 16h às 19h — e de 80% nos demais horários, sob pena de aplicação de multa no valor de R$ 500 mil.


Juntos, Metrô e CPTM transportam, todos os dias, cerca de 4,2 milhões de passageiros, considerando apenas as linhas administradas pelas duas estatais e que devem ter a operação afetada pela greve.

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