Só no primeiro trimestre deste ano, a capital paulista registrou 290 mortes com motociclistas
CANAL NBS
Dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), mostram que o índice de mortes por acidentes de trabalho sofreu um aumento de 7% em 2022. No total, foram registrados 2.538 mortes e 613 mil acidentes no período analisado. Desses, 24.642 correspondem a acidentes com motos. Hoje, no Brasil, cerca de 1,5 milhões de brasileiros utilizam o veículo como o principal instrumento de trabalho.
Essas informações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o levantamento, as profissões mais populares são os motoristas de aplicativos, que correspondem a 61,1% dos profissionais, seguido por entregadores de mercadoria em motocicletas (20,9%) e mototaxistas (14,4%). O impulsionamento do setor do delivery foi um dos grandes motores para o crescimento de serviços de delivery e entregas. No Empregos.com.br, um dos maiores portais de recrutamento e seleção do país, quase 500 vagas estão abertas para motoboys e motoristas entregadores.
Para conscientizar e alertar os motoristas sobre as boas práticas no trânsito, no mês de maio se inicia a décima edição da campanha “Maio Amarelo: No trânsito escolha a vida”. Atualmente, as lesões de trânsito estão entre as dez maiores causas de morte em países subdesenvolvidos, de acordo com apontamentos do DALY (Disability Adjusted Life Years – Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade).
Nesta sexta-feira (05), um caminhão colidiu contra um viaduto na Avenida Santos Dumont, no Centro de Santo André, no ABC Paulista. Parte da estrutura caiu, atingindo um motociclista, que morreu no local. O acidente aconteceu por volta das 7h. A vítima, que ainda não identificada, não resistiu e veio a óbito. Ainda não há informações sobre a causa do acidente. Também não foi divulgado o estado de saúde do motorista que dirigia o caminhão.
Foram registrados 209 óbitos em acidentes entre janeiro e março deste ano, o que consiste em um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2022. Esse também é o terceiro maior número de mortes no trânsito para o período, desde o início da série histórica, atrás apenas de 2016, com 233 mortes, e de 2015, com 274 óbitos de acordo com dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo).
A utilização de equipamentos como capacetes e luvas são os principais instrumentos para a preservação de acidentes graves. Um monitoramento feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da Prefeitura de São Paulo, aponta que dos 13.171 motociclistas observados na capital paulista, apenas três deles não utilizavam capacete, ou seja, 99,98% estavam regulares. O percentual é semelhante ao de quem fica na garupa.
Em 1979, quando o levantamento começou a ser feito na cidade de São Paulo, apenas 11% dos motociclistas pilotavam com o item de proteção na cabeça. Dados da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) apontam que o uso de capacete diminui os riscos de gravidade de lesões na cabeça, no cérebro e no rosto em 72%. E reduz a probabilidade de morte em até 40%.
Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, uma das maiores empresas no segmento de saúde e segurança do trabalho, a informalidade na contratação de motoboys e entregadores, é o principal fator para a quantidade de acidentes registrados nos últimos anos.
“Estamos falando de um profissional que, na maioria dos casos, utiliza dos aplicativos de entregas para complementar a renda da família. Hoje, com a instabilidade econômica e as altas taxas de juros, a competitividade aumentou no setor. E com muita mão de obra disponível, as companhias utilizam da informalidade para reduzir custos, não repassando treinamentos, equipamentos e normas indispensáveis a serem utilizadas no trânsito”, explica.
De acordo com informações do Sistema Único de Saúde, entre os anos de 2011 e 2021, o número de internações relacionadas a acidentes envolvendo motociclistas contou com um aumento que passou de 3,9 para 6,1 por 10 mil habitantes no ano de 2021. Os custos da internação chegaram a R$167 milhões, Segundo o Ministério da Saúde. Apenas em 2020, 90 mil internações devido a lesões de trânsito foram registradas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de brasileiros que possuem um plano de saúde chegou à marca de 50,4 milhões em dezembro do ano passado. Com isso, motociclistas quando feridos, possuem um melhor acesso a melhores qualidades de tratamento e amparo em caso de acidentes.
O especialista Iuri Leite, fundador da SecureCard, cartão de multibenefícios, pontua que cada vez mais os brasileiros estão buscando alternativas acessíveis à saúde, mas fugindo dos tradicionais convênios, que mensalmente cobram preços cada vez mais altos, por isso a criação de novos sistemas podem otimizar o cenário do país.
“O cartão de benefícios de saúde é uma outra alternativa viável que oferece descontos em procedimentos, consultas e outros serviços credenciados. Com um valor mensal para a administradora é possível usufruir dos benefícios e descontos”, comenta Iuri.
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