Cliente teria cancelado o serviço em janeiro, retirado identificações do imóvel e continuado a utilizar a energia elétrica até agora
CANAL NBS Após denúncia anônima recebida na tarde desta segunda-feira (9), a Polícia Civil identificou fraude administrativa no relógio de eletricidade de uma lavanderia industrial no bairro Conjunto Dona Beatriz, na divisa entre Santo André e a Zona Leste da Capital. Por nove meses, a lavanderia escondeu seu endereço para utilizar os serviços de energia sem o devido pagamento à companhia, crime que segundo o delegado do 5º DP de Santo André, Matheus Rezende, vem se tornando corriqueiro.
O fato ocorreu após, no começo do ano, o investigado e proprietário da empresa, Luciano Monteiro, entrar em contato com a Enel Distribuição São Paulo para solicitar o cancelamento de seu cadastro e, consequentemente, o cancelamento do fornecimento de energia. A partir disso, o investigado retirou o número de identificação do seu imóvel e continou utilizando o serviço da Enel. Segundo as investigações, a irregularidade durou nove meses e causou prejuízo de R$ 50 mil à empresa, já que a última conta de energia paga por Luciano foi em dezembro de 2022, antes de solicitar o cancelamento do serviço. Apesar de estar enquadrado nas investigações do Artigo 171 do Código Penal (Estelionato), Luciano segue com sua lavanderia em funcionamento e está negociando o pagamento do serviço com a Enel durante o levantamento do inquérito policial. “Modernizaram o crime e até o ‘gato’. Temos, inclusive, visto casos recentes que mostram como a sofisticação neste ramo evoluiu. Para além do caso da lavanderia, temos queixas de que há também a parceria com um técnico infiltrado na companhia de fornecimento. Ou seja, o próprio funcionário pode instalar um relógio de medição na propriedade do interessado e, assim, não registrar esta instalação no sistema, sendo inviabilizado o rastreio e cobrança do serviço prestado”, indica o delegado Matheus Rezende.
NEGLIGÊNCIA
Segundo a Enel, apesar de levar nove meses para constatar a irregularidade, “não houve falha no processo”. “É possível dizer que quem faz uso desse tipo de mecanismo para redução do valor da energia elétrica, em geral está fazendo isso de forma consciente, buscando uma alternativa econômica. Mas isto acaba lesando os demais clientes da área de concessão, já que há impacto no valor das tarifas de energia de todos os consumidores. Isso ocorre porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regula o setor elétrico, reconhece nas tarifas uma parte das chamadas ‘perdas comerciais’ das distribuidoras”, comenta Tiago Barbosa, responsável pela área de perdas da Enel Distribuição São Paulo, e completa afirmando que são feitas mais de 350 mil inspeções por ano nas áreas de concessão.
POR DIÁRIO DO GRANDE ABC
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