Ainda não se sabe quem teria arremessado o corpo do idoso para os fundos do hospital. Polícia Civil investiga
O corpo do idoso José Guedes de Melo, de 69 anos, desapareceu do necrotério onde estava e foi encontrado jogado no meio de um capinzal atrás da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu, em Goiânia. A Polícia Civil informou que investiga o caso. Até o momento, o que a polícia sabe é que o paciente deu entrada na unidade médica neste domingo (21), com indícios de uma parada cardíaca. Mas, ainda não descobriu quem teria arremessado o corpo do idoso para os fundos do hospital.
Ao Mais Goiás, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia informou que José era alcóolatra. Ele é natural do Rio Grande do Norte, mas, estava internado em uma clínica de reabilitação em Abadia de Goiás para tratamento. Por volta das 22h30 de domingo (21), o idoso foi encontrado desacordado na clínica e encaminhado para a UPA por funcionários da instituição de reabilitação.
Os médicos tentaram reanimar José, mas sem sucesso. O corpo então foi conduzido ao necrotério. Por volta das duas da manhã, as equipes sentiram falta do cadáver e então o encontraram atrás da UPA, com a ajuda da Polícia Militar (PM).
“O paciente já chegou em parada cardíaca e, por quase uma hora, a equipe realizou procedimentos de reanimação. A morte foi constatada às 23h52 e o Serviço de Investigação de Óbitos de Goiânia acionado para que fosse investigada a possível causa da morte. Mas cerca de uma hora depois, profissionais da UPA descobriram que o corpo não estava mais no necrotério da unidade e a PM foi acionada”, declarou a SMS em nota.
Câmeras estavam desligadas quando corpo sumiu do necrotério
Ainda segundo a Secretaria, uma equipe técnica foi designada para averiguar o ocorrido na UPA. Há câmeras instaladas na unidade, mas elas não funcionavam.
A secretaria alegou que já assinou contrato com uma empresa especializada na prestação de serviços de monitoramento e de segurança eletrônica e que, em breve, todas as unidades de urgência do município passaram a ser monitoradas 24 horas por dia.
Outra versão
As filhas do idoso, no entanto, contam uma outra versão do caso. Nela, o idoso foi levado para a UPA com vida por três rapazes e estava jogado no chão, quando encontrado.
Ao O Popular, Rosângela de Melo Vieira e Paula Cristina Guedes de Melo relataram que receberam a notícia de que o pai tinha passado mal e teria sido enviado para a UPA, ainda durante a madrugada. Mas, quando Rosângela e um outro irmão, que não quis se identificar, chegaram à unidade, receberam a notícia de que o pai havia morrido.
Além disso, na unidade, os familiares encontraram três rapazes da clínica onde o pai vivia. À família, os jovens explicaram que José passou mal, sentiu uma dor, caiu, foi socorrido e levado com vida para a UPA.
Essa versão, de acordo com as filhas, não condiz com a fala de uma servidora da unidade e de uma mulher que também estava na UPA. Elas afirmam que José já chegou morto ao local, que tentaram reanimá-lo, mas ele não apresentava sinais de vida.
Os familiares afirmam também que o irmão pediu para ver o corpo do pai. Foi então que, neste momento, constataram que o corpo não estava no necrotério da unidade. “Ninguém soube explicar o que aconteceu”, contou Paula.
Sem entender o que havia acontecido, acionaram a Polícia Militar (PM). Os militares realizaram buscas pelo local e, momentos depois, encontraram o corpo do idoso no meio do capim do outro lado do muro da unidade.
Investigação
Ao Mais Goiás, a Polícia Civil explicou que aguarda os laudos cadavéricos para prosseguir com a investigação. Informou que já ouviu os funcionários da UPA e da clínica de reabilitação, além de pessoas internadas no local, mas não deu mais detalhes sobre o caso. A Polícia Militar não respondeu os questionamentos da reportagem.
Segundo as investigações não há indícios de morte violenta nem de maus tratos na clínica de reabilitação em que o idoso estava, ao menos até o momento. A suspeita é de que aparentemente, tentaram subtrair o cadáver.
Os filhos afirmaram que vão ao Instituto Médico Legal (IML) para pegar o laudo com a causa da morte e que também querem descobrir o que aconteceu na clínica e no hospital. Segundo as filhas de José, ele estava se recuperando bem na clínica e receberia alta em janeiro do ano que vem. “Ele estava bem e esperando pela saída”, lamentou a filha.
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