Identificada como Jerusa, ela teria assumido a identidade da vítima em mensagens enviadas via celular para acobertar o crime durante quatro meses.
CANAL NBS A Polícia Civil do Rio Grande do Norte indiciou uma garota de programa por suspeita de assassinar o coronel aposentado Roberto Antônio Perdiza, da FAB (Força Aérea Brasileira), em agosto de 2022. Identificada como Jerusa, ela teria assumido a identidade da vítima em mensagens enviadas via celular para acobertar o crime durante quatro meses.
O caso foi revelado pelo "Fantástico", da TV Globo, neste domingo (26). As defesas de Jerusa e José Rodrigues, que teria sido contratado por ela como matador de aluguel, negaram todas as acusações ao "Fantástico". A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos dois suspeitos.
Rodrigues teria se passado por motorista de aplicativo em um plano elaborado com Jerusa e pegado o casal na saída de um motel, no dia 30 de agosto do ano passado, na região da Praia do Meio, em Natal.
Jerusa e José Rodrigues teriam depois assassinado o coronel. O corpo foi encontrado em novembro, três meses depois do crime, em um terreno de Macaíba, cidade da região metropolitana de Natal.
Os dois suspeitos foram presos e são acusados de latrocínio (roubo seguido de morte), de acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte.
A tipificação do crime acontece porque a investigação policial apontou que a morte ocorreu como meio para que Jerusa vendesse o apartamento do coronel aposentado e ficasse com o dinheiro. O imóvel fica localizado em Ponta Negra, na zona sul de Natal, um dos bairros mais nobres da cidade.
Imagens de câmeras de segurança reveladas pelo "Fantástico" mostram que o coronel deixou seu apartamento pela última vez em agosto para se encontrar com Jerusa em um bar.
Ainda segundo a reportagem, o primeiro a notar o desaparecimento do coronel aposentado da FAB foi um zelador do condomínio, que telefonou para parentes de Perdiza que moram em São Paulo. No dia 7 de setembro de 2022, familiares do militar receberam mensagens do número do celular dele. A polícia aponta que era Jerusa se passando pela vítima.
O advogado Milton Moreira, um dos amigos do coronel, ligou para Perdiza, mas quem atendeu a ligação foi Jerusa. A mulher atendeu e disse que o coronel retornaria em breve.
Ainda conforme Milton Moreira, Jerusa estaria morando com o coronel aposentado no seu apartamento. A mulher negou que morasse com Perdiza em depoimento à polícia e disse que estava preocupada com o desaparecimento do militar aposentado.
À reportagem a polícia disse que o casal se conheceu há três anos, numa casa noturna, e um tempo depois passou a morar junto.
Investigadores também detectaram que a garota de programa fez saques em dinheiro da conta da vítima em caixas eletrônicos. Além disso, ela levou corretores de imóveis ao condomínio com a tentativa, conforme a polícia, de vender o imóvel.
Um dos áudios enviados pela mulher em nome do coronel tinha a voz de Perdiza. No entanto, o advogado Milton Moreira, que recebeu a mensagem, percebeu que era um trecho de outra gravação.
Em outro momento, Jerusa passou a enviar mensagens como "me deixem em paz" e "estou no Rio de Janeiro".
Semanas depois, um corpo foi encontrado sem a cabeça e sem as mãos em um terreno de Macaíba. Peritos confirmaram que eram os restos mortais do coronel aposentado.
Os restos mortais de Perdiza foram levados ao interior paulista por um avião da Força Aérea Brasileira. POR FOLHAPRESS
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