A Aneel diz, porém, que o fim da bandeira de "escassez hídrica" deve reduzir ou até mesmo anular o efeito dos reajustes
CANAL NBSB
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, neste ano, uma série de reajustes tarifários que variam de 7% a 24% nas contas de luz de consumidores residenciais das distribuidoras de energia. A partir desta sexta-feira (22/4), a agência autorizou o aumento na conta de luz em quatro estados: Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe.
As mudanças nas taxas das tarifas refletem, entre outros motivos, a alta da inflação. Os contratos de compra e distribuição de energia elétrica são reajustados por dois índices: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). No acumulado dos últimos 12 meses, ambos estão acima de 10%.
Empresa: Enem Ceará (CE) Reajuste: 23,99% Entrada em vigor: 22 de abril
Empresa: Neoenergia Coelba (BA) Reajuste: 20,73% Entrada em vigor: 22 de abril
Empresa: Neoenergia Cosern (RN) Reajuste: 19,87% Entrada em vigor: 22 de abril
Empresa: Energisa Sergipe (SE) Reajuste: 16,46% Entrada em vigor: 22 de abril
Empresa: Energisa Mato Grosso (MT) Reajuste: 20,36% Entrada em vigor: 16 de abril
Empresa: Energia Mato Grosso do Sul (MS) Reajuste: 16,83% Entrada em vigor: 16 de abril
Empresa: CPFL Paulista (SP) Reajuste: 13,80% Entrada em vigor: 8 de abril
Empresa: CPFL Santa Cruz (SP, MG e PR) Reajuste: 7,17% Entrada em vigor: 22 de março
Empresa: Enel Distribuição Rio (RJ) Reajuste: 17,14% Entrada em vigor: 15 de março
Empresa: Light (RJ) Reajuste: 15,41% Entrada em vigor: 15 de março
Empresa: Energisa Borborema (PB) Reajuste: 9,39% Entrada em vigor: 4 de fevereiro
Ao longo do ano, a agência ainda vai aprovar o reajuste de outros distribuidoras do país.
Além das mudanças já definidas pela agência, há uma redução nas tarifas de sete pequenas distribuidoras de energia. Essas sete distribuidoras recebem subvenção econômica. As reduções variam de 3,38% a 26,69%.
Fim da bandeira
Apesar dos reajustes aprovados, a Aneel explica que o fim da bandeira de “escassez hídrica” deve reduzir ou até mesmo anular o efeito dos reajustes nas tarifas.
Desde 16 de abril, o país adota a “bandeira verde” na cobrança de luz. Antes, a bandeira de “escassez hídrica” estava em vigor, que acrescentava o custo de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
No ano passado, o Brasil viveu a pior crise hídrica em 91 anos. Por esse motivo, o governo se viu obrigado a criar a bandeira de escassez hídrica.
As principais bacias hidrográficas que abastecem o país estavam secando em razão do baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no Brasil.
De acordo com a Aneel, as chances de a bandeira verde vigorar até o fim deste ano são de 97% – mesma previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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