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Com Covid-19, ocupação de leitos de hospitais privados de SP ultrapassa 90%

Nesta quinta, no Einstein, a taxa de ocupação de leitos não somente para Covid-19 chegou a 99%, de acordo com dados passados pela assessoria de imprensa

© Getty Images- Imagem ilustrativa

26/02/21 07:55 ‧ HÁ 42 MINS POR FOLHAPRESS BRASIL CORONAVÍRUS-SP Partilhar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O estado de São Paulo alcançou nesta quinta-feira (25) 2.014.529 casos confirmados de Covid-19 e 58.873 mortes desde o início da pandemia, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde. A doença também vem inchando as taxas de ocupação dos leitos de UTI da rede privada. A reportagem solicitou dados de internações aos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês, HCor, Oswaldo Cruz, A BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e à operadora de Saúde Hapvida, com ampla rede no interior paulista. Nesta quinta, no Einstein, a taxa de ocupação de leitos não somente para Covid-19 chegou a 99%, de acordo com dados passados pela assessoria de imprensa. Entre os dias 17 e 25 de fevereiro de 2021, período pós Carnaval, o Einstein manteve internados por Covid-19 mais de 120 pacientes. Até esta quinta-feira, 65 permaneciam na UTI. No mesmo período de janeiro, houve mais de 140 pessoas em leitos de enfermaria e na terapia intensiva os números superaram 70. Por meio de nota, o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, Sidney Klajner, disse que há preocupação em relação às próximas semanas em função das aglomerações ocorridas no Carnaval, ainda que o ponto facultativo tenha sido suspenso.. O hospital salientou, contudo, que "possui um sistema de gerenciamento de leitos que permite o atendimento de todos os pacientes". Para o superintendente corporativo do HCor, o CEO Fernando Torelly, há aumento de casos em relação ao início de 2021. "O Hcor chegou a ter, em média, 74 pacientes com Covid-19 internados em junho de 2020. Em outubro chegou a 23, e pensamos que iria terminar. No início de 2021, em janeiro, voltamos a 74 e caiu. Só que agora, na segunda quinzena de fevereiro de 2021, estamos observando nova alta", explica Torelly. Leia Também: Explosão de internações e fila de vaga por UTI viram rotina pelo país no auge da pandemia Na observação de Torelly, há vários motivos para o aumento dos casos de internação, além do Carnaval: as pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a doença acham que estão protegidas, o que não é verdade; o relaxamento da sociedade e a falta de preocupação com a pandemia. "Hoje de manhã, o hospital acordou com 85% de ocupação na nossa unidade Covid e agora [final da tarde] alcançou 90%", afirma. Com a pandemia, a instituição foi dividida em duas alas: Síndrome Gripal e Mais Seguro, que atende casos não covid. Os fluxos de atendimento são diferentes. "A população precisa se cuidar muito para que não aconteça em São Paulo o que vem ocorrendo em outros estados brasileiros, onde os casos começaram a aumentar em maior velocidade", alerta Torelly. Atualmente, o HCor possui 60 leitos dedicados a doentes com Covid-19; na ala Mais Seguro há 208. A unidade paulista do Sírio Libanês tem neste momento 167 pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo coronavírus. Destes, 50 estão na UTI. No total, 525 leitos estavam ocupados até a tarde desta quinta-feira (todas as doenças), com taxa de 96%. Em nota, a BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo afirmou que registrou, nesta quinta-feira, 93 pacientes de Covid-19 internados. Desses, 46 estão em UTI. No total, o hospital disponibiliza 97 leitos para infectados pelo coronavírus, sendo 47 de UTI. A taxa de ocupação dos leitos destinados à doença está em 97,87% na UTI e 94% na enfermaria. "A instituição mantém estreita vigilância sobre a evolução epidemiológica dessa doença, acompanhando diariamente os indicadores de ocupação e promovendo os ajustes necessários na quantidade de leitos destinados para os casos de Covid-19", diz o texto. O Sistema Hapvida, operadora de saúde com rede hospitalar no interior paulista e em outras regiões do país, disse que acompanha diariamente os indicadores de procura das emergências por síndrome gripal e internações pelo mesmo motivo.

A entidade afirma que consegue prever a demanda de leitos e já conta com planos de expansão em ondas, conforme a necessidade. A gestão dos leitos permite a transferência de equipamentos e de profissionais para outras unidades da rede, de acordo com o aumento na demanda por serviços médico-hospitalares. A taxa atual de ocupação de leitos da rede própria do Sistema Hapvida no interior de São Paulo é variável. Araraquara se mantém acima de 83%; Ribeirão Preto registra 72,8%; Bauru, 73,4%; Araraquara, 83,2%; Franca, 70,7%; Lins, 70,2%; Sertãozinho, 73,6%; São José, 72,82%; e Limeira, 73,4%. Na rede pública de São Paulo, as taxas de ocupação de leitos são de 70% na Grande São Paulo e 69,7% no estado. O número de pacientes internados é de 14.809, sendo 8.042 em enfermaria e 6.767 em unidades de terapia intensiva.

Os hospitais que não divulgaram as taxas de ocupação específicas de leitos Covid-19 explicaram que a rotatividade nos leitos é alta e que conseguem fazer a gestão rapidamente. O Hospital Oswaldo Cruz não respondeu os questionamentos da reportagem.



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