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Bolsonaro defende cloroquina e volta a lançar dúvidas sobre vacina

"Não desistam do tratamento precoce", afirmou Bolsonaro.

© Andressa Anholete/Getty Images - Por Noticia ao Minuto


Jair Bolsonaro voltou a recomendar o "tratamento precoce" contra o novo coronavírus e a lançar dúvidas em relação à eficácia da vacina aprovada pelas autoridades brasileiras, num vídeo publicado pelo vereador Carlos Bolsonaro, seu filho, na plataforma Telegram, onde não existe revisão de conteúdos enganosos.

"Não desistam do tratamento precoce. Não desistam, tá? A vacina é para quem não pegou ainda. E essa vacina que aí está é 50% de eficácia. Ou seja, se jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia. Então está liberada a aplicação no Brasil", disse Bolsonaro, segundo a Folha de S.Paulo.

Esta declaração faz parte da comunicação do presidente feita na segunda-feira, mas o trecho em que falava sobre o tratamento precoce e sobre a vacina foi removido antes de ser publicado pelo canal oficial do governo.


Este tratamento precoce, sublinhe-se, inclui os fármacos hidroxicloroquina e ivermectina, ambos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. Didier Raoult, o médico francês que publicou estudos controversos que, na sua perspectiva, demonstravam a eficácia da hidroxicloroquina contra o novo coronavírus, admitiu pela primeira vez que o tratamento não reduz a mortalidade da Covid-19, seis meses depois da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter chegado à mesma conclusão.

Recorde-se que, no sábado, a rede social Twitter marcou como enganosa uma publicação do Ministério da Saúde, indicando que continha "informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19” e ocultando o conteúdo.


Em resposta ao Poder360, a pasta explicou que "o tratamento precoce é uma orientação" e que "cabe, única e exclusivamente, aos médicos decidirem os procedimentos mais adequados para seus pacientes. E a estes aceitarem ou não a orientação".

Esta comunicação também é feita à revelia da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que no domingo, altura em que aprovou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, negou a existência de uma "alternativa terapêutica aprovada disponível para prevenir ou tratar a doença" Covid-19.


Uma disputa política por causa da vacina

A resistência de Bolsonaro para com a vacina CoronaVac é antiga, mas intensificou-se quando o governador do estado de São Paulo, seu antigo apoiante, tomou as rédeas da produção da vacina, ao contrário da posição do governo.

"Então está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador não, é do Brasil", disse Bolsonaro na segunda-feira.


O chefe de Estado reforçou desta forma uma disputa política interna contra João Doria, responsável pelo contrato inicial com o laboratório Sinovac, que desenvolveu a CoronaVac e testou no país numa parceria com o Instituto Butantan.

O Butantan comprou a patente do medicamento e deverá fornecer 100 milhões de doses desta vacina ao Governo brasileiro em 2021.

Bolsonaro chegou a declarar publicamente que não compraria a "vacina chinesa do Doria", mas teve de voltar atrás porque mais de 50 países começaram campanhas de imunização contra a Covid-19 à frente do Brasil, ao mesmo tempo em que a pandemia voltou a provocar um número alto de mortes no país, lançando o caos no sistema de saúde de Manaus, capital do estado do Amazonas.


O maior país da América do Sul não tinha aprovado nenhum imunizante contra o novo coronavírus até domingo, quando a Anvisa autorizou o uso emergencial da CornaVac e da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford.


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