A Comissão de Educação aprovou dois requerimentos, de convite e de convocação, do ministro Victor Godoy. Oposição receava ausência do interino, como ocorreu com o ex-ministro Milton Ribeiro. Senador Randolfe diz que manobra do governo federal foi "malandragem"
CANAL NBS
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal aprovou na manhã desta quinta-feira (31/3) dois requerimentos, um de convite — do senador Wellington Fagundes (PL-MT) —, e outro de convocação — do senador Jean Paul Prates (PT-RN) —, ao ministro interino da Educação, Victor Godoy, para esclarecer sobre o tráfico de influência no MEC. O ex-ministro Milton Ribeiro, exonerado do cargo na última segunda (28), não compareceu à oitiva.
Segundo o presidente da comissão, Marcelo Castro, Milton Ribeiro está em falta com a comissão para esclarecer o que definiu como “fatos graves” e “jamais vistos”. O parlamentar ainda se manifestou nas redes sociais afirmando que uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso pode ser instalada.
Durante a discussão sobre os requerimentos, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) temeu que o pedido do senador Wellington sobre Victor Godoy fosse para uma conversão da convocação em convite, como foi feito com o ministro anterior, Milton Ribeiro, que dias depois foi exonerado do cargo.
Segundo Randolfe, o movimento foi uma “malandragem” do governo federal, uma vez que a oposição topou a conversão do requerimento. Milton Ribeiro chegou a ligar para o presidente da CE, Marcelo Castro (MDB-PI), se comprometendo a comparecer hoje para prestar esclarecimentos ao colegiado, mas não cumpriu com a promessa.
“Fizemos a convocação. O senador Wellington [Fagundes] e outros colegas da base de apoio do governo fizeram apelo para converter convocação do senhor Milton Ribeiro em convite. Depois disso, tem uma malandragem. O ministro se demite e simplesmente não comparece à comissão. Estamos nós aqui, na comissão, sem a presença do senhor Milton Ribeiro”, disse Randolfe, que ainda citou “falta de cortesia” do governo. “As regras de cortesia são regras para nós, eu sei que não é regra para o governo, diante do notório acontecimento do dia de hoje”.
Autor do requerimento de convocação, Jean Paul Prates concordou com o questionamento de Randolfe Rodrigues e esclareceu que aceitou aprovar os dois requerimentos em conjunto, como foi feito, mas não converter a convocação em convite.
“Concordo plenamente com senador Randolfe. Meu interesse em concordar com o senador Wellington é aprovar os dois requerimentos, não converter o meu em convite. Essa ideia eu entendi e por isso dei positivo. Que aprove o convite e a convocação”, esclareceu.
Em seu pedido de requerimento de convite, o senador da base do governo, Wellington Fagundes disse que concorda que “os fatos precisam ser esclarecidos”
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