Nesta terça-feira (1º), um poderoso satélite de observação da Terra será lançado em órbita no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), com transmissão ao vivo pela NASATV, no site da agência e no YouTube.
CANAL NBS
De acordo com o site Space.com, o foguete está programado para decolar da Estação da Força Espacial dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, durante uma janela de duas horas que começa às 18h38 (horário de Brasília), levando a bordo o satélite meteorológico GOES-T. A cobertura em tempo real terá início cerca de 40 minutos antes.
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Embora o Programa de Serviços de Lançamento da Nasa esteja gerenciando a decolagem do GOES-T, quando estiver em funcionamento o satélite será operado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
O GOES-T ficará em uma órbita geoestacionária, cerca de 35,9 mil km acima da superfície da Terra. Assim que chegar lá, o satélite será rebatizado GOES-18. Depois que os gerentes da missão terminarem de verificar os sistemas e instrumentos científicos do GOES-18, ele entrará em serviço como GOES-West, substituindo o satélite GOES-17 nessa função.
Embora ainda esteja operacional, o GOES-17, lançado em 2018, sofre de um problema de resfriamento em seu instrumento Advanced Baseline Imager (ABI). Após um período de transição, incluindo a entrega de dados, o GOES-17 entrará em armazenamento orbital, segundo consta no site do GOES.
Essa órbita de armazenamento, normalmente, é usada para equipamentos de backup, ou seja, se o principal falhar, outro entra em seu lugar (como um “banco de reserva”). No entanto, no caso do GOES-17, é o contrário. Foi ele quem falhou, portanto, será transferido para esse lugar, de onde poderá ter um dos dois destinos: ou o “consertam”, e ele retorna à operação, ou é desativado.
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Se for esse o caso (que é o que aparenta, já que o GOES-T está sendo mandado para trabalhar em seu lugar), ele será derrubado ou irá para uma “órbita cemitério”, local onde não causará grandes danos.
Entre as funções do GOES-T estarão: monitorar incêndios florestais, raios, neblina ou tempestades através do Oceano Pacífico, o oeste continental dos EUA, Alasca e Havaí. Ele também atuará como observador do “clima espacial”, detectando tempestades solares e fazendo parte de um sistema maior da NOAA e da Nasa, que monitora a atividade solar para proteger redes de energia, satélites e sistemas de navegação.
GOES-T faz parte de um grupo de quatro satélites
Tanto o GOES-T (futuro GOES-18) quanto o GOES-17 fazem parte da série GOES-R, que é um programa de quatro satélites, com custo total de US$11,7 bilhões, destinado a manter o sistema em operação até 2036. Um terceiro satélite da série, GOES-16, foi lançado em 2016 e está operando sobre o leste dos EUA. O quarto, chamado GOES-U, tem lançamento previsto para 2024, de acordo com a NOAA.
“A Série GOES-R fornece imagens avançadas e medições atmosféricas, mapeamento em tempo real da atividade de raios e monitoramento do clima espacial”, diz a descrição do programa.
De acordo com Dan Lindsey, cientista do programa na NOAA, “a série GOES-R tem sido distinta em sua capacidade de detectar incêndios florestais”. Segundo ele, o GOES-T seria capaz de ajudar a frota com sua própria ABI.
“Os incêndios têm sido muito ativos em todo o continente ocidental dos EUA e, por isso, [o grupo de satélites] está em uma posição ideal lá fora para ver de perto esses incêndios”, disse Lindsey. “A ABI é ideal para detectar a assinatura térmica, ou os pontos quentes dos incêndios. Às vezes é até capaz de detectar os incêndios antes do relato do público; essa é uma informação realmente crítica para os bombeiros, para que possam cuidar dos incêndios antes que saiam do controle”.
Lindsey acrescentou que a ABI pode até rastrear a fumaça dos incêndios para que os meteorologistas saibam quando as plumas estão se aproximando das principais cidades. Também consegue rastrear cinzas vulcânicas e relâmpagos de tempestades, que exigiriam ajustes nas rotas de voo da aviação. Em janeiro, a erupção de Tonga, por exemplo, criou uma onda de pressão maciça que foi vista do espaço tanto pelo GOES-16 quanto pelo GOES-17.
“Os benefícios de curto prazo da previsão do GOES-T também contribuirão para melhores previsões de longo alcance, já que o satélite trabalha com o resto da frota e outros satélites”, disse James Yoe, administrador-chefe do Centro Conjunto de Assimilação de Dados por Satélite, que trabalha para usar essas informações para previsões climáticas de longo prazo.
Yoe apontou para métricas como “velocidade do vento e direção em diferentes níveis da atmosfera” como um dos dados que o GOES-T reunirá para melhorar os modelos climáticos. “O mapeador de raios se alimentará de previsões de tempestades, enquanto os olhos no clima solar melhorarão as previsões solares — quando unidos com outras informações de satélites já ativos”, observou Yoe.
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