Caso aprovada pela agência, a vacina poderá ser utilizada imediatamente em todo o país em crianças e adolescentes
CANAL NBS
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa , nesta quinta-feira (20/1), o uso emergencial da vacina Coronavac contra a Covid-19 em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos de idade.
A análise ocorre em reunião extraordinária da Diretoria Colegiada do órgão. Para que o uso do imunizante seja aprovado, é necessário ter maioria favorável à utilização do fármaco.
Antes da votação, o diretor da Gerência Geral de Medicamentos, Gustavo Mendes, sugeriu que a vacina seja aplicada em crianças saudáveis, de 6 a 17 anos, e não de 3 a 17 anos, como solicitado pelo Instituto Butantan, fabricante da vacina.
O primeiro voto será formalizado pela relatora Meiruze Freitas, da 2ª diretoria da agência. Além da gestora, outros quatro diretores da agência devem formalizar voto: Antonio Barra Torres, Cristiane Rose Jourdan Gomes, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos.
Acompanhe a deliberação ao vivo:
Análise técnica
A sugestão para mudança de faixa etária foi feita porque não há dados suficientes sobre a vacinação de crianças de 3 a 5 anos e imunocomprometidas. A vacina já é aplicada na população pediátrica no Chile, e pesquisadores do país apresentaram dados sobre a imunização à Anvisa. No entanto, não há evidências suficientes para o público mais jovem.
“Caso a diretoria decida pela aprovação da vacina, considerando as limitações, a nossa orientação é que a faixa etária seja limitada a crianças de 6 a 17 anos não imunocomprometidas. São os dados que nós temos com maior informação e sugestão de desempenho. Isso é corroborado pelas sociedades médicas”, pontuou Mendes.
A sugestão de faixa etária também foi realizada pela gerente de Farmacovigilância da Anvisa, Helaine Carneiro Capucho. A técnica recomendou a criação de um plano de comunicação de riscos, voltados para prevenir erros de vacinação.
Além disso, Helaine sugeriu a inclusão dos efeitos adversos da vacina na bula e a realização de um estudo de farmacovigilância com 2 mil crianças para acompanhar a imunização.
Antes da deliberação, a Anvisa realizou uma série de reuniões com o Instituto Butantan, pesquisadores e sociedades médicas para avaliar os estudos clínicos sobre o uso do imunizante.
O pedido para uso emergencial da vacina foi feito pelo Butantan em dezembro de 2021. Foi a segunda solicitação realizada pelo laboratório: a primeira, feita em junho de 2021, foi negada devido à limitação de dados à época.
Uso da vacina
Caso aprovada pela agência, a Coronavac poderá ser utilizada imediatamente em todo o país, pois a fórmula para aplicação no público infantil é a mesma da vacina comum. Ao Metrópoles, fontes ligadas ao Ministério da Saúde informaram que alguns estados e municípios ainda têm doses da Coronavac em estoque.
Além disso, o Instituto Butantan afirmou que tem 15 milhões de vacinas disponíveis, refrigeradas, aguardando para iniciar a imunização.
Por isso, o governo ainda deve avaliar se será necessário firmar um novo contrato com o Instituto Butantan para comprar mais unidades da vacina ou se as doses estocadas nos estados serão suficientes.
Atualmente, a única vacina infantil contra a Covid aprovada pela Anvisa é a Pfizer, disponível para crianças de 5 a 11 anos de idade. O Ministério da Saúde prometeu disponibilizar 30 milhões de doses do fármaco aos estados e municípios no primeiro trimestre do ano.
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